Jovem de 21 anos pode ter aplicado golpe em 400 empresas, diz polícia.
Prejuízo ainda não é calculado mas pode ser na casa dos milhões.
A Polícia do Distrito Federal prendeu
nesta quarta-feira (26) um rapaz de 21 anos suspeito de roubar dados de cartões
de crédito corporativos de empresas do Brasil e do exterior. Ele estava
hospedado em hotel em Brasília e, com os dados do cartão de uma empresa, havia
gasto em uma semana mais de R$ 12 mil em diárias e bebidas.
A polícia acredita que mais de 400 empresas podem
ter sido alvo do jovem e seu grupo, que seria formado por mais sete pessoas dos
Estados Unidos. O prejuízo, ainda não calculado, pode ser de milhões.
O delegado Ailton Rodrigues afirma que ele usava cartões de crédito corporativos, com bandeira internacional, para pagar despesas de luxo. As transações eram feitas todas pela internet.
O delegado Ailton Rodrigues afirma que ele usava cartões de crédito corporativos, com bandeira internacional, para pagar despesas de luxo. As transações eram feitas todas pela internet.
Ele chegou a relatar que fretou um jato da cidade
de Londres a Nova York pelo preço de US$ 40 mil"
Delegado Ailton Rodrigues
“São cartões corporativos virtuais. Eles, na
verdade, não têm essa forma física. Na verdade, é uma autorização que existe
para as despesas. Eram cartões de empresas alheias. Ele chegou a relatar que fretou
um jato da cidade de Londres a Nova York pelo preço de US$ 40 mil.”
A família do suspeito é de Goiânia. Há três anos o
jovem mora sozinho nos Estados Unidos. Nesse período, ele teria feito faculdade
de sistemas da informação. Durante o curso, o brasileiro alegou que não tinha
dinheiro para se divertir e se juntou a mais sete amigos que estavam na mesma
situação. A partir daí, o grupo usou o conhecimento que tinha para aplicar
golpes.
De acordo com a investigação, após o uso do cartão
pelo verdadeiro dono, o grupo rastreava a troca de informações e roubava os
números de identificação, além do código de segurança. Em seguida, armazenava
esses dados. O procedimento era feito contra grandes empresas.
A quadrilha criou uma companhia fictícia, com
suposta sede nos Estados Unidos. O rapaz enviava uma solicitação pela internet
e fazia o pedido de reserva. Na solicitação constava o número do cartão.
“O que chama atenção é que ele colocava um telefone
dessa empresa. Se fosse realizada uma consulta por parte do hotel, por exemplo,
essa ligação ia direto para o computador dele. Ele mesmo atendia a ligação”,
explica o delegado.
Nesta quarta-feira (26), porém, algo deu errado. O
rapaz estava hospedado em um hotel no centro de Brasília há
pouco mais de uma semana e tinha gastado quase R$ 12 mil com diárias e bebidas
alcoólicas.
A Polícia Civil contou que a gerência do hotel
desconfiou e entrou em contato com a administradora do cartão. Desta vez, a
ligação não foi rastreada pelo computador do suspeito e a empresa titular do
cartão corporativo foi localizada.
Por e-mail, a empresa dona do cartão, uma agência
de viagens e eventos, negou ter feito a reserva no hotel. Informou ainda que
não autorizava os gastos e desconhecia o suspeito como funcionário.
O jovem foi preso em flagrante. A polícia apreendeu
outras notas fiscais de possíveis vítimas do rapaz no Brasil. “Ele irá
responder pelo delito de estelionato. Será submetido a uma pena de reclusão de
um a cinco anos. As investigações continuam, no sentido de identificar outras
vítimas”, diz o delegado Ailton Rodrigues.
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