Médico diz que operário do vergalhão tem mastigação comprometida
Alexandre Azevedo acredita que estado não é permanente.
Francisco Bento Barroso, de 47 anos, segue sem previsão de alta.
Francisco Bento Barroso, de 47 anos, segue sem previsão de alta.
Em uma coletiva de imprensa na tarde desta
quinta-feira (13), o diretor geral do Hospital Miguel Couto, Luiz Alexandre
Essinger e o médico responsável pela cirurgia, Alexandre Azevedo, falaram sobre
o estado de saúde do operário Francisco Bento Barroso, de 47 anos, que teve opescoço perfurado por um
vergalhãoapós cair de uma laje. O acidente ocorreu na quarta-feira
(12).
Segundo os médicos, Francisco está lúcido, sendo
medicado com antibióticos e permanece em observação. Conforme informou
Alexandre, o vergalhão atingiu pequenos nervos da face, que estão comprometendo
o perfeito funcionamento da mastigação da vítima. O médico ressaltou, contudo,
que acredita que esta dormência deve ser passageira e deve estar sendo causada
pelo edema no local.
Apesar do inchaço que está comprometendo a
mastigação de Francisco, ele já se alimentou hoje, conforme informou o diretor
geral do hospital. Segundo Essinger, Francisco chegou falando ao hospital e se
recorda do que aconteceu na hora do acidente. "Ele disse que estava
sentado na laje, fumando um cigarro, quando deu uma cochilada e caiu",
informou Essinger.
Essinger aponta tamanho do
vergalhão retirado.
Alexandre Azevedo diz que operário tem mastigação
comprometida (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Alexandre Azevedo diz que operário tem mastigação
comprometida (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
De acordo com Alexandre Azevedo, a imagem é mais
impactante do que a cirurgia em si. Ele explicou que a cirurgia consiste em
isolar as lesões que o vergalhão poderia causar e retirar o objeto em posição
direta.
"Após 2 horas de cirurgia para retirada do
vergalhão, ele foi encaminhado para unidade de internação semi intensiva. Ele
deve ficar 4 dias lá e não tem previsão de alta", informou Essinger que
afirmou que ainda há risco de infecção.
Ainda de acordo com o médico, o vergalhão estava
encostado na jugular e à 2 cm da carótida. Se tivesse causado lesão na artéria,
Francisco poderia ter morrido de hemorragia, conforme informou Alexandre.
Sobre a possibilidade de Francisco estar
alcoolizado, o médico informou que é normal o paciente com uma lesão como
aquela chegar ao hospital em estado de torpor ou agitação e que este
diagnóstico só é feito por perícia. Segundo o diretor geral do hospital, o
vergalhão foi encaminhado para polícia para inquérito.
Fazendo uma comparação com o caso de Eduardo Leite, de 24 anos, que também sobreviveu após um vergalhão de 2 metros atravessar sua cabeça, Essinger afirmou que os dois casos tem complexidades similares já que o pescoço também é uma região onde "não sobra espaço".
Fazendo uma comparação com o caso de Eduardo Leite, de 24 anos, que também sobreviveu após um vergalhão de 2 metros atravessar sua cabeça, Essinger afirmou que os dois casos tem complexidades similares já que o pescoço também é uma região onde "não sobra espaço".
A dificuldade no caso do vergalhão de Francisco,
porém, foi devido ao seu tamanho, segundo informou Alexandre, uma vez que ele
não podia deitar na maca, já que o vergalhão atravessava a nuca.
Crea-RJ diz que
obra era irregular
Em entrevista a Rádio CBN na manhã desta quinta-feira (13), o vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Jaques Sherique, disse que é irregular a obra em Copacabana, na Zona Sul da cidade, onde o operário trabalhava.
Em entrevista a Rádio CBN na manhã desta quinta-feira (13), o vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Jaques Sherique, disse que é irregular a obra em Copacabana, na Zona Sul da cidade, onde o operário trabalhava.
Ouça a Rádio CBN aqui.
Operário teve o pescoço perfurado
por um vergalhão, na quarta-feira (12) (Foto: Reprodução/TV Globo)
"Na verdade é uma obra irregular, que não tem
placa. É uma obra que está sendo feita em uma área de comunidade e dessa
maneira, não tem proteções, não tem guarda-corpo e não tem as linhas de vida
para atrelar o cinto de segurança. Provavelmente ele se desequilibrou da laje
durante alguma atividade e caiu de uma altura de aproximadamente de seis
metros”, explicou o engenheiro.
De acordo Jacques, a princípio, na havia nenhum
engenheiro responsável pela obra. Segundo ele, não há placa de profissional no
local da construção.
"O objetivo do conselho é verificar se existe um engenheiro responsável para gente poder fazer as verificações, mas no caso, até o momento, neste caso, não existe nenhuma placa de profissional responsável. Mas eu vou conversar com os familiares, para saber se tinha algum profissional responsável pela obra. A princípio, me parece que não", concluiu.
"O objetivo do conselho é verificar se existe um engenheiro responsável para gente poder fazer as verificações, mas no caso, até o momento, neste caso, não existe nenhuma placa de profissional responsável. Mas eu vou conversar com os familiares, para saber se tinha algum profissional responsável pela obra. A princípio, me parece que não", concluiu.
O engenheiro disse ainda que a obra pode ser
embargada e também que a prefeitura poderia fazer algumas exigências.
Operário passou
por cirurgia
Francisco caiu de uma laje em cima do objeto e foi socorrido por uma equipe dos Bombeiros, por volta das 13h de quarta. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, ele foi operado ainda na tarde de quarta, passa bem, mas segue sem previsão de alta. Os bombeiros informaram que a obra ocorre em uma casa de número 621, na Ladeira dos Tabajaras.
Francisco caiu de uma laje em cima do objeto e foi socorrido por uma equipe dos Bombeiros, por volta das 13h de quarta. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, ele foi operado ainda na tarde de quarta, passa bem, mas segue sem previsão de alta. Os bombeiros informaram que a obra ocorre em uma casa de número 621, na Ladeira dos Tabajaras.
Laje onde operário sofreu
acidente na Ladeira dos Tabajaras (Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo)
Polícia
instaura inquérito
O delegado Márcio Mendonça, da 12ª DP (Copacabana) instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato e todos os procedimentos de praxe foram tomados. Duas equipes foram destacadas para atuar no fato.
O delegado Márcio Mendonça, da 12ª DP (Copacabana) instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias do fato e todos os procedimentos de praxe foram tomados. Duas equipes foram destacadas para atuar no fato.
Por volta das 11h30, uma equipe da delegacia estava
no Hospital Miguel Couto para colher o depoimento da vítima e a outra estava no
local do fato para interrogar testemunhas que ajudaram o operário logo após a
acidente e acompanhar a perícia
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