quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Na campanha deste ano, polícia registra oito ‘atentados’ a políticos na Paraíba


Na maioria, as vítimas procuraram as autoridades policiais para denunciar que sofreram "atentados"
Carro de candidato a prefeito de Marizópolis atingido por tiros nesta terça
Desde maio deste ano, quando começaram as definições de quem disputaria as eleições municipais, a Polícia da Paraíba registrou oito tentativas de crimes contra pessoas envolvidas diretamente na campanha. Na maioria, as vítimas procuraram as autoridades policiais para denunciar que sofreram "atentados". Em todos os casos, porém, os denunciantes saíram ilesos. Oficialmente, as autoridades policiais não confirmaram os "atentados" contra esses candidatos.
O último desses "atentados" ocorreu no final da noite desta terça-feira (25) contra o candidato a prefeito de Marizópolis, Abdon Lopes (PSB). O município fica no Sertão paraibano, tem 6.173 habitantes e fica a 450 quilômetros de João Pessoa.
Abdon contou que voltava de Sousa, cidade a 20 quilômetros de Marizópolis, onde teria participado de uma reunião com seu advogado, quando percebeu um homem deitado na BR-230 e uma moto parada no acostamento da rodovia federal. Ele disse que ao reduzir a velocidade, viu o homem se levantar, apontar-lhe uma arma (possivelmente um revólver) e efetuar disparos.
O vidro do carro do candidato a prefeito foi atingido pelo disparo. A Polícia vai realizar exame pericial no veículo. Abdon estava acompanhado do candidato a vereador Antônio Carlos (PSB). Eles prestaram queixa na delegacia de Marizópolis.
Na terça-feira (25), o prefeito de Serra Branca, cidade do Cariri paraibano (a 238 quilometros da Capital), Guilherme Gaudêncio, renunciou ao mandato, depois de revelar que estava sofrendo ameaças de morte por telefone. Ele também desistiu da disputa pela reeleição. Gaudêncio assumiu o cargo na sexta-feira passada (21), depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a cassação do mandato do ex-prefeito Eduardo Torreão, enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Torreão tornou-se inelegível e também saiu do páreo.

Outro que denunciou ter sido vítima de "atentado" foi o deputado estadual Genival Matias. Ele é presidente estadual do PT do B. Na sexta-feira (12), Genival voltava à Capital em sua camionete pela BR 230, depois de participar de um comício na cidade de Juazeirinho (região da Borborema, a 190 quilômetros da Capital). O deputado assegura que teve o seu  veículo atingido por um tiro na janela que fica atrás do assento do motorista.
De acordo com boletim de ocorrência, registrado na cidade de Campina Grande, o incidente aconteceu quando Genival Matias passava pela cidade de Soledade (a 12 quilômetros de Juazeirinho).
No último dia 7, o candidato Francisco Jucélio de Sá Mendes (o ‘Celinho Mendes’), que disputa a Prefeitura de São José da Lagoa Tapada (região do Vale do Piancó, a  462 quilômetros de João Pessoa), denunciou que dois homens encapuzados tentaram interceptar o veículo que ele dirigia. Eles teriam saído de um matagal já atirando.
O peemedebista estava acompanhado do seu candidato a vice, Jucélio Formiga. Ambos afirmaram à Polícia que um tiro atingiu a lataria do carro. Os candidatos aproveitaram para pedir tropas federais na cidade para garantir a segurança do pleito.
No domingo (02), foi a vez candidato a prefeito de Alcantil (na região do Cariri, a 149 quilômetros da Capital),José Ademar de Farias, alardear que teria sofrido um atentado na madrugada, quando dirigia seu carro numa rodovia federal. Ele garante que teve o veículo atingido por disparos de espingarda calibre 12. A Polícia investiga o caso e não confirma a autenticidade dos disparos.
No dia 29 de agosto, o vice-presidente do Diretório Estadual do PT na Paraíba, Nabal Barreto, e o dirigente partidário da legenda, Paulo Nascimento, tiveram o carro atingido por disparos. Eles saíram de João Pessoa e se dirigiam à cidade de Pitimbú (Litoral Sul da Paraíba, a 68 quilômetros de João Pessoa), na madrugada, quando tiveram o carro atingido por disparos. Um dos pneus do Fiat Uno que dirigiam estourou. Eles abandonaram o carro em uma estrada vicinal e se esconderam num matagal, de onde saíram após as 6h, e foram direto para a Delegacia de Polícia.
No dia 20 daquele mês, o candidato a prefeito de São Bento (no Alto Sertão da Paraíba, 375 quilômetros da Capital), Jullys Rammon Rezende Ramalho da Silva (PMDB), disse ter sofrido um atentado. Ele prestou queixa na Delegacia na tarde da segunda-feira. De acordo com o Boletim de Ocorrência, quando passava por uma das ruas do centro da cidade de São Bento, sua camionete, uma Hilux SRW, placa NPX 9393, foi apedrejada por dois homens que estavam em uma motocicleta. O prefeito não reconheceu os acusados, disse apenas que eles fugiram em direção ao município de Paulista.
O primeiro a denunciar esse tipo de ação foi o prefeito de Várzea, José Ivaldo de Morais, candidato à reeleição. Na época, ele disse que ficou "muito assustado e em estado de choque". O "atentado" teria ocorrido na noite da quinta-feira, 17 de agosto, próximo à cidade de Santa Luzia (no Sertão do Estado, a 260 quilômetros de João Pessoa). 

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