Os jovens continuam
a ser enganados pelos aliciadores que agora escolheram o Paraná como principal
destino para ganhar dinheiro com a exploração de pessoas através da
prostituição.
A crise econômica na Europa e as ações da Justiça da Paraíba fizeram com
que aliciadores de jovens, que atuavam em municípios da região do Brejo da
Paraíba, mudassem sua rota. Eles teriam deixado o tráfico internacional de
pessoas, para buscar novos 'mercados' aqui mesmo no Brasil.
Os jovens continuam a ser enganados com sonhos de dinheiro fácil e riqueza pelos aliciadores que agora escolheram o Paraná como principal destino para ganhar dinheiro com a exploração de pessoas através da prostituição. As informações foram repassadas pelo promotor de Justiça Marinho Mendes, que iniciou em 2005 essas investigações. Foram essas investigações que levaram à denúncia crime contra seis pessoas por tráfico internacional de pessoas. Elas eram levadas do interior da Paraíba para serem exploradas na Itália.
"Informações estão nos chegando que houve uma inibição desse tipo de crime depois das investigações, mas a ação dos traficantes não acabou. Eles agora estão procurando outras rotas, e o Paraná, por ter muitos descendentes de estrangeiros e ser um estado considerado rico, está sendo a mais nova rota desses criminosos", revelou Marinho.
O promotor revelou ainda detalhes da investigação que fez e que levou à denúncia em 2010 de Isnard Alves Cabral, José Fernandes Gorgonho Neto, Sérgio Inocêncio da Costa, Luciano de França Costa, José de Arimatéia Farias Duarte Júnior e do italiano Paolo Simi pelo Ministério Público Federal. Segundo a denúncia do MPF, o grupo atuava desde 1999 nos municípios de Araçagi, Mulungu, Guarabira e Rio Tinto, todos localizados no Brejo paraibano, a menos de 80 quilômetros da capital.
Os jovens continuam a ser enganados com sonhos de dinheiro fácil e riqueza pelos aliciadores que agora escolheram o Paraná como principal destino para ganhar dinheiro com a exploração de pessoas através da prostituição. As informações foram repassadas pelo promotor de Justiça Marinho Mendes, que iniciou em 2005 essas investigações. Foram essas investigações que levaram à denúncia crime contra seis pessoas por tráfico internacional de pessoas. Elas eram levadas do interior da Paraíba para serem exploradas na Itália.
"Informações estão nos chegando que houve uma inibição desse tipo de crime depois das investigações, mas a ação dos traficantes não acabou. Eles agora estão procurando outras rotas, e o Paraná, por ter muitos descendentes de estrangeiros e ser um estado considerado rico, está sendo a mais nova rota desses criminosos", revelou Marinho.
O promotor revelou ainda detalhes da investigação que fez e que levou à denúncia em 2010 de Isnard Alves Cabral, José Fernandes Gorgonho Neto, Sérgio Inocêncio da Costa, Luciano de França Costa, José de Arimatéia Farias Duarte Júnior e do italiano Paolo Simi pelo Ministério Público Federal. Segundo a denúncia do MPF, o grupo atuava desde 1999 nos municípios de Araçagi, Mulungu, Guarabira e Rio Tinto, todos localizados no Brejo paraibano, a menos de 80 quilômetros da capital.
Marinho disse que foram aproximadamente 60 jovens paraibanos, entre 18 e
25 anos, que embarcaram levados pela rede de aliciadores e traficantes para a
Itália. Os aliciadores recebiam por cada jovem 50 mil euros, que cobriam os
custos da passagem e da transformação, através de cirurgias em clínicas
clandestinas.
Os aliciadores, segundo Marinho,
enganavam os jovens com promessas de dinheiro fácil e riqueza.Lá, eles
custeavam moradia e os exploravam através da prostituição.
No município de
Mulungu, por exemplo, uma rua inteira ficou conhecida como 'Rua da Itália' porque
a maioria das casas é daqueles que conseguem mandam dinheiro para as famílias
comprarem casas e carros, conforme Marinho.
"Já está se
criando entre as crianças pobres da cidade uma ilusão que as faz presas fáceis
para os aliciadores. Ao serem perguntadas sobre o que algumas querem ser quando
crescer elas são enfáticas em responder: quero dar o 'c' na Itália para ganhar
dinheiro e comprar casa e carro para minha família", contou Marinho.
O lucro exorbitante e o
exibicionismo dos aliciadores são usados para seduzir e convencer as vítimas
que facilmente são levadas para uma realidade bem diferente daquela que
imaginavam.
"Para dar o retorno financeiro aos criminosos, as vítimas precisam
fazer pelo menos 13 programas por noite. O que dá um lucro estimado de
mil e 700 euros. "Por ano, eles fazem cerca de 500 mil euros, ou seja,
mais de R$ 1 milhão", calculou o promotor. Porém grande parte do dinheiro
fica com os cafetões e aliciadores.
Os criminosos é
quem conseguem 'se dar bem'. Eles voltam à Paraíba e compram fazendas, carros,
supermercado, casas lotéricas, farmácias e casas de praia. "Uma coisa que
nos deixou desconfiados foi o fato deles voltarem com homens italianos que
chamam de maridos e que controlam as finanças e o investimento deles",
disse Marinho.
Para a maioria dos jovens
aliciados, resta a exploração. Eles são levados para cidades como Roma, Milão e
Gênova e lá ficam morando em verdadeiros guetos sem poder circular pelas
cidades. Eles só saeam à noite para 'trabalhar' e têm que pagar o investimento
feito neles. Vivem fugindo da Polícia e são usados muitas vezes como
mulas para traficar drogas entre as cidades italianas. "Os que se arriscam
a transar sem camisinha e a usar drogas durante os atos sexuais ganham
mais", contou.
Ocorrem também brigas
entre os jovens pelos pontos de prostituição. E quando o sonho vira pesadelo, e
os jovens são vítimas de doenças, depressão e da perseguição policial, eles
voltam decadentes e com as mãos 'abanando'. "Isso quando não morrem",
disse.
Marinho revelou ainda
que chegou ao seu conhecimento a morte de pelo menos três vítimas. Uma,
conhecida como Scarlet, teria sido assassinada na Itália. Outra vítima teria
morrido atropelada e uma terceira morreu após o silicone que foi implantado nas
nádegas ter descido para as pernas. O promotor soube também de vítimas que
contraíram aids e foram descartadas pelos cafetões. "É uma situação muito
triste".
A Polícia Federal instaurou
inquérito e conseguiu provas contra o grupo através de quebra de sigilo
bancário e gravações telefônicas.
Da rede investigada
e denunciada à Justiça da Paraíba e que atuou de 1999 até 2007, em municípios
da Região do Brejo, o considerado o líder da quadrilha, Isnard Alves
Cabral, que fixou residência na Itália, foi preso por ações ilícitas naquele
país.
Na Paraíba, o
processo tramita em sigilo na 3ª Vara da Justiça Federal, com sede em João
Pessoa.
Diligências
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o tráfico de
pessoas no Brasil vai fazer diligências nos Estados de São Paulo, Pará,
Pernambuco, Paraíba e Rio de Janeiro, além de visitas aos países de Suriname e
Guiana Francesa.
A Paraíba foi incluída nas diligências após apresentações de dados pesquisados pelo professor adjunto do Centro de Ciências Jurídicas da UFPB, Sven Peterker. "Peterker depôs na CPI, revelando que travestis são aliciados no interior da Paraíba e obrigados a fazer cirurgias de forma artesanal e insegura para depois viajarem para a Itália. Mas não é só isso, ele também apontou a exploração sexual de crianças e adolescentes, os trabalhos escravo nas fazendas e domésticos como crimes que têm relação com o comércio de pessoas no estado”, relatou o vice-presidente da CPI, deputado federal Luiz Couto (PT/PB).
CPI
A Comissão Parlamentar de Inquérito é destinada a investigar o tráfico de pessoas no Brasil, suas causas, consequências e responsáveis no período de 2003 a 2011, compreendido na vigência da Convenção de Palermo.
A Paraíba foi incluída nas diligências após apresentações de dados pesquisados pelo professor adjunto do Centro de Ciências Jurídicas da UFPB, Sven Peterker. "Peterker depôs na CPI, revelando que travestis são aliciados no interior da Paraíba e obrigados a fazer cirurgias de forma artesanal e insegura para depois viajarem para a Itália. Mas não é só isso, ele também apontou a exploração sexual de crianças e adolescentes, os trabalhos escravo nas fazendas e domésticos como crimes que têm relação com o comércio de pessoas no estado”, relatou o vice-presidente da CPI, deputado federal Luiz Couto (PT/PB).
CPI
A Comissão Parlamentar de Inquérito é destinada a investigar o tráfico de pessoas no Brasil, suas causas, consequências e responsáveis no período de 2003 a 2011, compreendido na vigência da Convenção de Palermo.
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