Incêndio
obrigou tripulantes a saltarem no mar na quarta-feira (3).
Em relato, sobrevivente explica como passou três dias à deriva.
“Explodiu
a segunda vez e a gente viu, a gente já estava n’água. Não tinha mais jeito de
querer voltar para o barco, porque o fogo já estava na parte de baixo, no
convés. Aí a gente teve que abandonar mesmo e nadar”. O relato é do comandante
da embarcação pesqueira que naufragou na quarta-feira (3), Ramiro Freires
Castro Júnior, que foi o primeiro a ser encontrado neste sábado (6) na Praia de
Tambaba, no Litoral Sul da Paraíba. Logo depois do resgate, Ramiro
conversou com a reportagem do G1 e contou como o naufrágio aconteceu.
Veja o relato no vídeo ao lado.
Segundo
Ramiro, o vigia percebeu o incêndio por volta das 22h da quarta-feira (3) e
avisou ao capitão da embarcação. Havia nove pessoas a bordo. Porém, o fogo se
alastrou rapidamente e não foi possível tomar atitudes para salvar o barco. “Só
deu tempo a gente sair e ir para a proa, porque o fogo já tinha dominado em
cima e embaixo. O capitão pegou o colete e eu peguei a mangueira, mas não tinha
nem jeito porque o fogo era muito alto, grande e forte”, relatou.
Também
não foi possível pegar os coletes salva-vidas. “Quando viu que era fogo, todo
mundo correu para pegar os coletes. Aí quando abriu a porta o fogo já estava no
camarote, porque o escape passa no camarote. Tinha um beliche que estava com os
coletes e o fogo estava perto dele, aí não tinha nem como mais a gente pegar”,
justificou o sobrevivente. Ramiro relatou ainda que todos os nove tripulantes
tiveram que pular na água e ficaram unidos apenas por duas cordas, que acabaram
rompendo com o calor das chamas.
A
primeira tentativa de encontrar alguém que os salvasse foi quando um navio
passou próximo ao grupo. Ramiro e mais duas pessoas tentaram alcançar a grande
embarcação e acenar, mas não obtiveram sucesso. O comandante percebeu que não
adiantaria se separar do grupo e voltou para os outros seis colegas. No
entanto, os outros dois que o acompanharam, que eram tio e sobrinho, se negaram
a retornar. “Eles dois nao quiseram voltar. O sobrinho dele não tinha
condições, deu um cochilo que queria se afogar. A gente não teve mais notícia
dele. Eu acho que o sobrinho dele não tinha resistência e ele não ia conseguir
segurar ele só”, lamentou.
O comandante explicou que, durante os três dias à deriva, teve que segurar colegas que estavam com cãibra e fazer muito esforço, mas tentava não demonstrar aos outros náufragos. “Eu achei que ia morrer só que eu não passava isso para ninguém. Rezei várias vezes, dizia que ia dar tudo certo e eles ficavam mais animados”, contou Ramiro.
Por fim, ele tentou, em conjunto com o capitão do barco, nadar até a terra. Porém, ele percebeu que o capitão estava atrasando o processo e pediu que ele voltasse. “Eu disse ‘volta para o grupo que eu vou forçar um pouquinho mais para a terra, se eu conseguir alguma coisa eu mando vir pegar vocês’. Não sei se ele atendeu”, disse.
O comandante explicou que, durante os três dias à deriva, teve que segurar colegas que estavam com cãibra e fazer muito esforço, mas tentava não demonstrar aos outros náufragos. “Eu achei que ia morrer só que eu não passava isso para ninguém. Rezei várias vezes, dizia que ia dar tudo certo e eles ficavam mais animados”, contou Ramiro.
Por fim, ele tentou, em conjunto com o capitão do barco, nadar até a terra. Porém, ele percebeu que o capitão estava atrasando o processo e pediu que ele voltasse. “Eu disse ‘volta para o grupo que eu vou forçar um pouquinho mais para a terra, se eu conseguir alguma coisa eu mando vir pegar vocês’. Não sei se ele atendeu”, disse.
Mais
quatro tripulantes da embarcação foram encontrados neste sábado (6) na Praia
Bela, também no Litoral Sul da Paraíba. Quatro pessoas seguem desaparecidas e
equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal e Capitania dos
Portos estão participando das buscas.
O
barco Horizonte 2 pertencia a empresa Pronaval e estava com nove tripulantes. O
proprietário da empresa que fica emPernambuco, José
Carlos, contou que os funcionários são pescadores profissionais de atum. “Estou
preocupadíssimo. São vidas humanas que estão há três dias no mar. Já liguei
para Capitania dos Portos na Paraíba e o comandante disse que vai ajudar nas
buscas”, disse José Carlos.
Um dos sobreviventes encontrados em Praia Bela contou que a explosão do barco aconteceu por volta das 22h da quarta-feira (3). Ele não quis se identificar, mas contou que estava nadando em um grupo com outras quatro pessoas na tentativa de sair do mar. Um dos rapazes teve cãibra e acabou ficando para trás. Os outros quatro conseguiram chegar na praia. Um deles foi até um dos bares e pediu ajuda. As equipes do Corpo de Bombeiros encaminharam os sobreviventes para o Hospital de Emergência e Trauma em João Pessoa.
Um dos sobreviventes encontrados em Praia Bela contou que a explosão do barco aconteceu por volta das 22h da quarta-feira (3). Ele não quis se identificar, mas contou que estava nadando em um grupo com outras quatro pessoas na tentativa de sair do mar. Um dos rapazes teve cãibra e acabou ficando para trás. Os outros quatro conseguiram chegar na praia. Um deles foi até um dos bares e pediu ajuda. As equipes do Corpo de Bombeiros encaminharam os sobreviventes para o Hospital de Emergência e Trauma em João Pessoa.
Primeiro resgate
Por volta das 5h deste sábado (6), o comandante do barco, Ramiro Freires Castro Júnior, foi encontrado na praia de Tambaba, no Litoral Sul da Paraíba. O proprietário de uma pousada da área viu o rapaz deitado na beira do mar. “Eu pensei que era um bêbado que estava caído na praia. Ele estava muito debilitado. Sentou em uma cadeira e a gente deu banho com água quente e colocou ele em um quarto da pousada. Ele chegou meio perturbado, mas depois foi se recuperando”, explicou Hildebrando Carvalho. Ramiro contou que é natural do Rio Grande do Norte.
Por volta das 5h deste sábado (6), o comandante do barco, Ramiro Freires Castro Júnior, foi encontrado na praia de Tambaba, no Litoral Sul da Paraíba. O proprietário de uma pousada da área viu o rapaz deitado na beira do mar. “Eu pensei que era um bêbado que estava caído na praia. Ele estava muito debilitado. Sentou em uma cadeira e a gente deu banho com água quente e colocou ele em um quarto da pousada. Ele chegou meio perturbado, mas depois foi se recuperando”, explicou Hildebrando Carvalho. Ramiro contou que é natural do Rio Grande do Norte.
O
náufrago contou para as pessoas que o resgataram que na quarta-feira (3) o
escape do barco começou a expelir faíscas e o fogo atingiu a mangueira de um
botijão de gás. O fogo se alastrou e os tripulantes pularam da embarcação. Após
alguns minutos o barco explodiu. “Ele disse que não deu tempo para pegar os
coletes salva-vidas”, relatou Hildebrando. Segundo ele, Ramiro disse que os
nove sobreviventes ficaram segurando uma corda.
Entre
os náufragos, dois resolveram nadar em direção a um navio. Eles não foram mais
vistos. Os outros sete sobreviventes, incluindo Ramiro, não se dispersaram,
pois ficaram segurando uma corda durante todo o tempo. “Ele disse que percebeu
que os rapazes estavam debilitados e por isso resolveu nadar em busca de
socorro”, contou o dono da pousada que resgatou Ramiro.
Hildebrando
acredita que Ramiro viu a luz da pousada acessa à noite e foi nadando na
direção. Ramiro contou a Hildebrando que quando estava chegando na margem não
tinha mais forças e começou a boiar até chegar na areia. O sobrevivente foi
levado por uma equipe do Corpo de Bombeiros para o Hospital de Emergência e
Trauma em João Pessoa. De acordo com o boletim médico divulgado pelo hospital,
o estado de saúde de Ramiro é considerado regular.
As buscas
A Capitania dos Portos informou que enviou uma equipe naval para ajudar nas
buscas logo que foi informada do caso pelo Corpo de Bombeiros. A Polícia
Rodoviária Federal disse que o helicóptero da corporação foi enviado para
ajudar nas buscas. José Carlos, proprietário do barco que afundou, disse que
enviou outro de seus barcos para procurar por sobreviventes e pediu ajuda a
outros pescadores para que montassem uma rede de buscas.
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