segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Pastor Marcos e Marcinho VP são indiciados por tráfico



Marcos Pereira (de verde), em junho, ao chegar para uma audiência no Fórum de São João de Meriti Foto: Roberto Moreyra / Extra
Rafael Soares


A Delegacia de às Drogas Combate (DCOD) indiciou, no mesmo inquérito, o pastor Marcos Pereira da Silva e Márcio dos Santos Nepomuceno por associação para o tráfico. As investigações apontaram que o pastor tem “estreita ligação com a família e o líder de uma facção criminosa, Marcinho VP”, de acordo com o relatório final, já nas mãos do promotor Alexandre Graça, que vai decidir pela denúncia dos acusados.

As investigações se basearam em depoimentos de presos acusados dos ataques às sedes do AfroReggae no Complexo do Alemão e na conversa entre VP e Beira-Mar, no dia 10 de maio, no presídio federal de Catanduvas.
Alan Andrade e Eduardo Martins Dias, presos respectivamente pelos tiros durante o Desafio da Paz e por disparo de arma de fogo contra a sede do Alemão, disseram à polícia que o ataque foi coordenado pelo traficante Bruno Procópio, o Piná, que teria recebido a ordem diretamente de Marcinho.
Marcinho VP também tenta transferência para fora do Rio Foto: Salvador Scofano / Salvador Scofano
O relatório também traz uma cópia do diálogo entre os traficantes no presídio. A conversa, que termina com o pedido de Beira-Mar para que Marcinho mandasse um “salve para o Juninho” (José Junior, coordenador do AfroReggae), começa com elogios de VP ao pastor. “Fiquei triste (com a prisão do pastor), porque é uma pessoa que ajuda pra caramba, faz um trabalho social maneiro (...), é acusação sem pé nem cabeça”.

O delegado titular da especializada, Márcio Mendonça, afirma que a relação entre Marcos e Marcinho é intermediada pelas irmãs do traficantes, Silvia e Silvana, missionárias da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, igreja do pastor.
O tráfico de drogas já demostrava insatisfação com o coordenador do AfroReggae, José Junior, há três anos.

Uma carta, com a data de 15 de outubro de 2010 e endereçada aos traficantes Marcinho VP e Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor, revela que criminosos da mesma facção dos bandidos já mostravam descontentamento com o trabalho da ONG nas favelas do Rio .

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