Marcos Pereira (de verde), em junho, ao chegar
para uma audiência no Fórum de São João de Meriti Foto: Roberto Moreyra / Extra
Rafael Soares
A Delegacia de às
Drogas Combate (DCOD) indiciou, no mesmo inquérito, o pastor Marcos Pereira da
Silva e Márcio dos Santos Nepomuceno por associação para o tráfico. As
investigações apontaram que o pastor tem “estreita ligação com a família e o
líder de uma facção criminosa, Marcinho VP”, de acordo com o relatório final,
já nas mãos do promotor Alexandre Graça, que vai decidir pela denúncia dos
acusados.
As investigações se
basearam em depoimentos de presos acusados dos ataques às sedes do AfroReggae
no Complexo do Alemão e na conversa entre VP e Beira-Mar, no dia 10 de maio, no
presídio federal de Catanduvas.
Alan Andrade e
Eduardo Martins Dias, presos respectivamente pelos tiros durante o Desafio da
Paz e por disparo de arma de fogo contra a sede do Alemão, disseram à polícia
que o ataque foi coordenado pelo traficante Bruno Procópio, o Piná, que teria
recebido a ordem diretamente de Marcinho.
Marcinho VP também tenta transferência para fora
do Rio Foto: Salvador Scofano / Salvador Scofano
O relatório também
traz uma cópia do diálogo entre os traficantes no presídio. A conversa, que
termina com o pedido de Beira-Mar para que Marcinho mandasse um “salve para o
Juninho” (José Junior, coordenador do AfroReggae), começa com elogios de VP ao
pastor. “Fiquei triste (com a prisão do pastor), porque é uma pessoa que ajuda
pra caramba, faz um trabalho social maneiro (...), é acusação sem pé nem
cabeça”.
O delegado titular da
especializada, Márcio Mendonça, afirma que a relação entre Marcos e Marcinho é
intermediada pelas irmãs do traficantes, Silvia e Silvana, missionárias da
Assembleia de Deus dos Últimos Dias, igreja do pastor.
O tráfico de drogas
já demostrava insatisfação com o coordenador do AfroReggae, José Junior, há
três anos.
Uma carta, com a data
de 15 de outubro de 2010 e endereçada aos traficantes Marcinho VP e Marco
Antônio Pereira Firmino, o My Thor, revela que criminosos da mesma facção dos
bandidos já mostravam descontentamento com o trabalho da ONG nas favelas do Rio
.
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