Ratzinger disse ter
'profunda consternação' por casos de abuso sexual.
Declarações foram feitas em carta a matemático.
Declarações foram feitas em carta a matemático.
O Papa Emérito Bento XVI expressou em uma carta dirigida a um matemático
sua "profunda consternação" pelos casos de abusos sexuais contra
menores cometidos dentro da Igreja e afirmou que nunca os acobertou.
A carta, da qual o jornal "La Repubblica" publica trechos
nesta terça-feira (24), está dirigida ao matemático ateu Piergorgio Odifreddi e
é uma resposta ao seu livro "Caro Papa, ti scrivo" ("Querido
Papa, te escrevo").
"O fato de o poder do mal penetrar até este ponto no mundo interior
da fé é para nós um sofrimento que, por um lado, não podemos suportar, e por
outro, nos obriga a fazer todo o possível para que incidentes deste tipo não
voltem a se repetir", disse o Papa alemão, que renunciou em fevereiro
deste ano.
"Só posso tomar nota com uma profunda consternação" dos abusos
cometidos por sacerdotes, escreve o papa, que acrescenta: "Nunca tentei
acobertar estas coisas".
Durante todo o seu pontificado, de 2005 a 2013, Joseph Ratzinger
decretou a tolerância zero frente às revelações de vários casos de pedofilia
dentro da igreja.
"Se não é lícito se calar ante o mal dentro da Igreja, também não é
se calar sobre o grande rastro luminoso da bondade e da pureza que a fé cristã
deixou atrás de si ao longo dos séculos", disse o Papa Emérito.
Desde sua renúncia, o Papa alemão, de 86 anos, vive em um monastério do Vaticano.
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