Corinthians retorna ao Mundial; veja quem já está
classificado
o inédito título da Taça Libertadores
garantido, o Corinthians confirmou na noite desta quarta-feira presença no
Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro.
O torneio não é uma novidade para os
corintianos, que vão participar pela segunda vez. Agora, o time paulista entra
no torneio credenciado com o título sul-americano, já que na vez anterior
participou como representante do país-sede, em 2000.
O Mundial de Clubes será disputado
entre 6 e 16 de dezembro no sistema eliminatório (primeira fase, quartas de
final, semifinal e final), além da definição de quinto e terceiro.
Assim como no ano passado, o Japão vai
sediar o Mundial, com jogos nas cidades de Toyota e Yokohama. É a 31ª vez que o
país asiático recebe o torneio --seis sob organização da Fifa e outras 25,
entre 1980 e 2004.
Os representantes da América do Sul e
da Europa iniciam na semifinal e só podem se encontrar na final (se triunfarem)
ou na decisão de terceiro lugar (se perderem).
Além do Corinthians, outros três
participantes já garantiram vaga: Auckland City (Nova Zelândia), Chelsea
(Inglaterra) e Monterrey (México).
Os representantes da África e da Ásia
vão ser conhecidos no início do novembro. A equipe do país-sede sairá somente
no início de dezembro.
Corinthians x Boca Juniors
CLASSIFICADOS
Dos clubes já classificados, o mais
conhecido é o Chelsea. Em
maio, o time inglêssagrou-se campeão pela primeira vez da Copa dos Campeões ao
derrotar o alemão Bayern de Munique nos pênaltis.
Assim como o Corinthians teve de
superar a inexperiência e um rival tradicional na final da Libertadores (o Boca
Juniors somava seis títulos), o Chelsea jogou sua segunda final de Copa dos
Campeões e superou o tetracampeão europeu.
Antes, o time eliminou o Barcelona,
campeão anterior, na semifinal. Passou ainda pelo Benfica (quartas de final) e
Napoli (oitavas). Na fase de grupos, foi o primeiro em uma chave com Bayer
Leverkusen, Valencia e Genk. Na campanha, foram sete vitórias, quatro empates e
duas derrotas, com 25 gols marcados e 12 sofridos.
O atacante Didier Drogba, que já deixou
o clube para atuar no futebol chinês, foi um dos nomes do título. O
meio-campista Frank Lampard, 34, no Chelsea desde 2001, e o zagueiro John
Terry, 31, desde 2000 no clube, foram outros destaques.
Além deles, os brasileiros Ramires
(volante) e David Luiz (zagueiro), ambos titulares, também foram nomes
importantes na campanha do título. O primeiro não jogou a final, mas foi um dos
responsáveis pela classificação ante o Barcelona.
Bayern x Chelsea
Outro participante é o Monterrey, que jogará o Mundial de
Clubes pela segunda vez. No ano passado, o time mexicano foi eliminado nas
quartas de final pelo Kashiwa Reysol e terminou o torneio na quinta colocação
ao derrotar o Esperánce por 3 a 2.
Neste ano, o time volta ao Mundial como
bicampeão. Superou o Santos Laguna na final da Liga dos Campeões da Concacaf.
Fez 12 jogos, com oito vitórias, um empate e três derrotas. Marcou 25 gols e
sofreu nove.
O Auckland City é o mais novo entre os participantes, com oito
anos, mas vai disputar o torneio pela quarta vez. É o mais presente no Mundial
desde que a Fifa passou a organizar o torneio e abriu vaga para outros
continentes.
Na campanha do título continental, teve
seis vitórias, um empate e uma derrota. Marcou 20 gols e sofreu nove. No
entanto, o clube tetracampeão da Oceania nunca passou das quartas de final do
Mundial. Foi sexto (2006), quinto (2009) e sétimo colocado (2011).
MUNDIAL-2000
Em 2000, quando fez sua primeira e
única participação, o Corinthians entrou como representante do país-sede por
ser campeão brasileiro. Na ocasião, a Fifa organizou pela primeira vez o
torneio e convidou os campeões continentais de todas as confederações.
Naquele ano, a final do Mundial foi
brasileira --entre Corinthians e Vasco--, algo inédito até hoje. Foi também a
edição com mais participantes: oito.
O formato também era diferente.
Divididos em dois grupos com quatro equipes, os campeões de cada chave fizeram
a final. Os segundos melhores disputaram o terceiro lugar --o mexicano Necaxa
venceu o espanhol Real Madrid nos pênaltis.
Campeão invicto, Corinthians iguala Santos e quebra
tabu de 34 anos
a conquista do sonhado título da Taça
Libertadores ao superar o Boca Juniors por 2 a 0, no Pacaembu, o Corinthians
encerrou um tabu de 34 anos ao repetir feito raro na história da competição e
igualou uma marca do Santos de Pelé.
Corinthians x Boca Juniors
Foi campeão invicto, algo que apenas
cinco clubes conseguiram nas 53 edições da Taça Libertadores até aqui. Peñarol
(1960), Santos (1963), Independiente (1964), Estudiantes (1969 e 1970) e, na
última vez, Boca Juniors (1978) são os recordistas.
O curioso é que em 1963 o Santos superou o Boca na decisão, assim como o
Corinthians de agora. A diferença é que naquela ocasião o time de Pelé fez
quatro partidas (como campeão do ano anterior, entrou na semifinal) e o rival
disputou a primeira final.
Já o Corinthians fez 14 jogos, iniciou
a disputa na fase de grupos e encarou o Boca Juniors, então hexacampeão da
Libertadores e com dez finais na bagagem.
O último título invicto na Libertadores
(1978) foi antes de a competição mudar o formato e de ser inchada com a
participação de mais equipes, além da inclusão de mexicanos.
Em 1978, foram 21 participantes e três
fases. Neste ano, foram 38 clubes e seis fases.
Foi a partir de 1978 também que o
torneio passou a ser objeto maior do desejo dos clubes nacionais. Desde então,
13 vezes o campeão foi brasileiro. Antes, apenas três títulos foram do Brasil
--dois deles do Santos de Pelé.
O domínio, contudo, ainda é dos
argentinos. Eles têm 22 títulos. O Independiente é o recordista de taças, tem
sete. O Boca Juniors tem seis. Estudiantes tem quatro. River Plate tem duas.
Argentinos Juniors, Racing e Vélez Sarsfield têm uma cada.
Com o título do Corinthians, o Brasil passa
a ter 16 taças e é o segundo no quadro de campeões. Tem vantagem significativa
para os uruguaios, que tem oito taças. Já no ranking de clubes, o Brasil é o
que tem mais agremiações campeãs: nove.
De joelhos, corintianos comemoram título no Anhembi
de quarta-feira quando a bola saiu do
pé direito de Emerson e "morreu" no fundo das redes do Boca Juniors
pela segunda vez. Foi quando os fiéis se libertaram de um pesado fardo colocado
em suas costas pelas torcidas rivais. Foi também quando o Anhembi explodiu em
alegria, deixando a timidez de lado.
Corinthians x Boca Juniors
·
Aos gritos de "Timão ôôô",
com a ajuda da bateria da Gaviões da Fiel, os aproximadamente 28 mil
corintianos presentes (de acordo com a organização) se abraçavam e choravam
copiosamente. Ricos e pobres, homens e mulheres, sem distinção de raça, cor,
sexo ou credo.
Se em 1977 eles cruzaram o gramado do
Morumbi de joelhos para comemorarem o fim do jejum de 23 anos, agora eles
esfolavam a perna no duro cimento do palco do carnaval paulistano. E não
expressavam nenhum sintoma de dor.
"Virei corintiano por causa do meu
irmão. Tenho 30 anos e espero por isso, por esse título, a minha vida
toda", exagerou o estivador Thiago Correia, que deixou sua Santos natal ao
lado do amigo Caio rumo à Arena Anhembi pela festa alvinegra.
Consciente de que não se pode viver só
de conquistas efêmeras, Mário Ayres, 56, comemorava a conquista inédita, mas
com ressalvas.
"É menor que 77, sem dúvida, que é
muito mais importante. Time grande tem que ter. mas o projeto do Corinthians
tem que ser maior. Tem que ter mais organização", pediu.
A estudante de Veterinária Caroline
Gilbrás discorda. Sócia da Gaviões da Fiel há quatro anos, para ela essa é a
conquista mais importante do Corinthians.
"É a luta de toda uma história, o
título mais esperado por todos nós", decretava, do alto dos seus 20 anos.
O apito final do árbitro colombiano
Wilmar Roldán foi só um protocolo para ratificar a conquista. Emoção mesmo, o
corintiano só teria novamente já aos 20 minutos desta quinta-feira. Foi quando
Alessandro ergueu a tão sonhada taça. O trauma de não ter a Libertadores
estava, enfim, superado.
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