Uma semana após peritos judiciais franceses afirmarem que as falhas técnicas foram preponderantes na queda do voo 447, a Airbus voltou a defender a segurança do avião A330 e responsabilizou os pilotos da Air France pelo acidente que provocou a morte de 228 pessoas em 2009.
Em resposta às perguntas feitas pela Folha na semana
passada, quando a Justiça francesa apresentou às famílias dos passageiros um
relatório da perícia que aponta as falhas dos sistemas do avião mais decisivas
para a tragédia do que os erros humanos, a fabricante de aviões disse que os
pilotos reagiram mal à perda das informações de velocidade causada pela
formação de gelo nas sondas pitot.
"Se você dirige o seu carro e perde o velocímetro, um
acidente não ocorrerá automaticamente", comparou o porta-voz da Airbus,
Jacques Rocca, em entrevista àFolha.
"A questão é como reagiram os pilotos diante da perda das informações de
velocidade", disse.
A Airbus e a Air France foram indiciadas sob suspeita de homicídio
culposo (sem intenção) no ano passado pela Justiça francesa. A investigação judicial,
que é comandada por uma juíza de instrução, tem papel equivalente ao do
inquérito policial no Brasil. Somente após a conclusão desta apuração
preliminar é que a Justiça decidirá se o caso vai ou não se converter em ação
penal.
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