Priples se dizia
empresa de publicidade digital e funcionava desde abril.
Bens foram bloqueados pela justiça e 203 mil pessoas teriam sido vítimas.
Henrique Maciel Carmo
de Lima é dono da Priples
(Foto: Vitor Tavares/G1)
(Foto: Vitor Tavares/G1)
Foi preso no Recife, na manhã deste sábado (3),
o casal de donos da empresa de publicidade digital Priples. Segundo a Polícia
Civil, Henrique Maciel Carmo de Lima, de 26 anos, e a companheira dele, Mirele
Pacheco de Freitas, de 22 anos, são suspeitos de praticar crimes contra a
economia popular e contra a ordem econômica e relações de consumo. Ele é
estudante de Ciências da Computação e ela, enfermeira, e tiveram a prisão
preventiva decretada pela Justiça, suspeitos de acumular fortuna em apenas
quatro meses, por meio da empresa que criaram e já tinha 203 mil pessoas
atraídas pela promessa de ganhar dinheiro fácil. “Eles se diziam uma empresa de
publicidade digital, mas atuavam no mercado financeiro, no esquema da pirâmide
financeira, prometendo uma rentabilidade de 2% em cima do valor inicial
investido pelo cliente, que podia ser de R$ 100 a R$ 10 mil por CPF”, disse o
delegado Carlos Couto, responsável pelo caso.
Com o casal, foram
apreendidos três carros importados, US$ 300 mil e um quadriciclo motorizado.
Além disso, o patrimônio da empresa foi bloqueado, assim como as contas
correntes da empresa e dos sócios e o dinheiro deve ser usado, posteriormente,
para ressarcir vítimas. "Acreditamos que os valores bloqueados são
insuficientes para garantir todos os pagamentos [às vítimas]", explica o
delegado Carlos Couto. A prisão ocorreu no apartamento do casal, na Avenida
Antônio Falcão, no bairro da Imbiribeira, Zona Sul do Recife. Inicialmente eles
foram levados para prestar depoimento na Delegacia do Ipsep e, no fim da tarde,
Henrique foi levado para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, e
Mirele, para a Colônia Penal Feminina, onde ficam à disposição da Justiça - o
inquérito deve demorar dez dias para ser concluído.
Victor Emanuel investiu
R$ 500 e acha que perdeu tudo
(Foto: Reprodução/TV Globo)
(Foto: Reprodução/TV Globo)
"Eles criam uma
desorganização dentro da economia. Aquelas pessoas buscam aquilo ali [a
proposta da Priples] com o intuito de ganhar muito dinheiro, quando na verdade
ele está lesando quem está na base da pirâmide. Algumas pessoas ganham,
mas nem todas", explicou o delegado Guilherme Mesquita, da delegacia
seccional de Boa Viagem, que participou daoperação. Se sentindo prejudicado, o
vigilante Victor Emanuel foi à delegacia acompanhar o caso. Ele investiu R$ 500
e não espera receber de volta o dinheiro. "Eu já soube que quem entra com
menos de R$ 1.000, e não convida ninguém, não recebe nada. É o meu caso. Eu já
entrei consciente de que poderia perder e não quis convidar ninguém para não
prejudicar meus amigos", afirmou, chateado.
Defesa
Segundo a polícia, a Priples, aberta no dia 1º de abril deste ano, estava atuando no mercado financeiro sem a autorização de órgãos como a Receita Federal e o Banco Central. "Antes ele tinha o registro como uma rede de locadoras. Fez uma alteração contratual desde o início de abril e foi mudando o segmento para atividades de venda de publicidade digital", afirmou Couto. A empresa vinha sendo investigada desde junho segundo os advogados de defesa do casal, Fernando Lacerda Filho e André Gouveia, que se disseram surpresos com a prisão. “A Priples é uma empresa de marketing multinível, não é pirâmide financeira. Henrique já tinha prestado depoimento na delegacia, tinha apresentado documentos comprovando as atividades e estava sendo solícito com a polícia”, afirmou Fernando. Segundo ele, Mirele Pacheco de Freitas era sócia da Priples, mas não tinha poder de decisão estratégica. Ela mantém uma união estável com Henrique Maciel. Na segunda-feira (5), a defesa do casal pretende ir conversar com a juíza para tentar revogar a decisão. Caso não consiga, vai recorrer ao Tribunal de Justiça para entrar com um pedido de habeas corpus.
Segundo a polícia, a Priples, aberta no dia 1º de abril deste ano, estava atuando no mercado financeiro sem a autorização de órgãos como a Receita Federal e o Banco Central. "Antes ele tinha o registro como uma rede de locadoras. Fez uma alteração contratual desde o início de abril e foi mudando o segmento para atividades de venda de publicidade digital", afirmou Couto. A empresa vinha sendo investigada desde junho segundo os advogados de defesa do casal, Fernando Lacerda Filho e André Gouveia, que se disseram surpresos com a prisão. “A Priples é uma empresa de marketing multinível, não é pirâmide financeira. Henrique já tinha prestado depoimento na delegacia, tinha apresentado documentos comprovando as atividades e estava sendo solícito com a polícia”, afirmou Fernando. Segundo ele, Mirele Pacheco de Freitas era sócia da Priples, mas não tinha poder de decisão estratégica. Ela mantém uma união estável com Henrique Maciel. Na segunda-feira (5), a defesa do casal pretende ir conversar com a juíza para tentar revogar a decisão. Caso não consiga, vai recorrer ao Tribunal de Justiça para entrar com um pedido de habeas corpus.
Carros importados e
quadriciclo apreendidos na casa do
casal (Foto: Reprodução/TV Globo)
casal (Foto: Reprodução/TV Globo)
Após ouvir os dois, a
polícia realizou seis mandados de busca, prisão e apreensão. “Fizemos buscas na
casa deles e na empresa, que tem uma sede operacional em Piedade [em Jaboatão
dos Guararapes, no Grande Recife] e outra sede em Boa Viagem [Zona Sul do
Recife]”, contou Couto. “A juíza já determinou a suspensão do registro do
domínio do site bem como a retirada do ar, sob pena de multa. Há mandados de
quebra de sigilo bancário e de dados”, contou o delegado Couto.
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