Pelo parecer à PEC
apresentada pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Taques buscava tornar o
alistamento eleitoral obrigatório para maiores de 18 anos e o voto facultativo
para todos os alistados, a partir dos 16 anos de idade. Atualmente, o voto é
facultativo a partir dos 16 anos e obrigatório assim que a pessoa atinge a
maioridade.
"O eleitor que
comparece às urnas contra a vontade, apenas para fugir às sanções previstas
pela lei, não está praticando um ato de consciência. Nesse caso, ele tenderá
muitas vezes a votar no primeiro nome que lhe sugeriram; a votar em um
candidato que não conhece - fato que estimula a cabala de votos na boca das
urnas, promovida pela mobilização de aliciadores de votos que o poder econômico
propicia -; a votar em branco ou a anular o voto", afirmou Taques, em seu
parecer.
O vice-líder do PSDB no
Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou que a adoção do voto facultativo seria um
avanço inegável. "Imagino que o Brasil já está maduro para adotar o voto
facultativo", disse.
Contudo, o líder tucano
na Casa, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que não considera que a democracia
brasileira esteja "tão consolidada assim". Para ele, o voto
obrigatório tem sido um instrumento importante para incorporar as massas ao
processo democrático. "A supressão do voto popular contribuirá para a
elitização da política brasileira", avaliou.
O senador Humberto
Costa (PT-PE) afirmou que o voto tem de permanecer obrigatório. Para ele, o
voto já é facultativo, uma vez que, quem não votar pode justificar e, se não o
fizer, paga uma "multa irrisória". Atualmente, ela é de R$ 3,51.
"Acho que nós não podemos abrir mão disso, que é no meu ponto de vista uma
conquista", disse.
O autor da PEC
argumentou que a todo momento a sociedade questiona o motivo da obrigatoriedade
em votar. Ele lembrou que essa prática é comum em países que não tem tradição
democrática. "Isso está presente nas nossas rotinas. Portanto, por
convicção, não acho que o Estado tem de ser tutor. O cidadão tem de ser
respeitado na sua iniciativa se quer ou não votar", observou.
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