Brasília – As operadoras de telefonia móvel
serão proibidas de cobrar pela segunda chamada, caso a primeira seja
interrompida. Para evitar nova cobrança, o usuário terá de fazer outra chamada
em no máximo dois minutos, do mesmo aparelho e para o mesmo destino.
A impossibilidade de cobrar por novas
chamadas será válida caso a ligação caia por qualquer motivo [não só técnico],
para todas as operadoras, para todos os planos disponíveis e tanto para
chamadas para celular quanto para telefones fixos. A regra incidirá sobre as
contas pré-pagas e pós-pagas.
Caso a regra não seja cumprida, as
operadoras poderão pagar multa, sofrer processo administrativo por
descumprimento de decisão, ressarcir o usuário em dobro ou fazer repasse a ser
revertido a fundo de direitos difusos.
Amanhã (16) a proposta deverá ir à
consulta pública, quando as empresas e a população poderão se pronunciar sobre
a mudança. A consulta terá prazo de dez dias corridos. A Anatel espera que em
um mês a nova regulamentação esteja em vigor. A norma atual é de 2007 e,
segundo a agência, a alteração visa atualizar a regulamentação às
transformações do mercado, de modo a minimizar prejuízos dos usuários.
Atualmente, para quem paga o serviço por
minutos, é cobrado o mínimo de 30 segundos a cada ligação feita, mesmo que a
chamada caia antes desse tempo. A partir da nova norma, esses 30 segundos
mínimos não serão contados e a cobrança ocorrerá como se a ligação não tivesse
sido interrompida.
De acordo com o conselheiro Marcelo
Bechara, a nova regra não foi uma resposta às recentes acusações do Ministério
Público do Paraná de que a operadora TIM estaria interrompendo as chamadas
propositalmente para cobrar mais dos usuários, de acordo com plano de cobrança
por ligação. O processo contra a empresa está em andamento.
Segundo ele, os consumidores não podem
ser penalizados por um problema de infraestrutura das empresas. O objetivo da
medida não é reduzir o preço pago pelos usuários, mas forçar as empresas de
telefonia a evitar a interrupção das ligações.
“O ideal é que a chamada não caia, mas
se não conseguimos controlar isso, pelos menos se estabelece que isso não seja
cobrado e o custo repassado ao usuário”, explicou o conselheiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário