Promotora de
Justiça, Ana Raquel Beltrão, ajuizou ações contra diretora e vice de escola em
Sapé; entidade diz familiares das vítimas foram ameaçadas
Emiliane Sales
O Ministério Público da
Paraíba (MPPB), através da Promotoria de Justiça de Sapé, pediu o afastamento e
exoneração de duas diretoras por preconceito e homofobia. Segundo o MP, elas
teriam se negado a matricular e promoveram atos de preconceituosos contra um
transexual de 15 anos e uma lésbica de 18. O fato foi registrado na Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio monsenhor Odilon Alves Pedroza, em Sapé
(cidade a 55 km de João Pessoa, no Brejo paraibano).
A promotora de Justiça,
Ana Raquel Beltrão, ajuizou ações civis públicas contra a diretora geral e da
vice do turno da noite, após uma série de atos difamatórios contra as vítimas.
Constam no processo depoimentos de professores, amigos, vítimas e pais delas,
que teriam confirmado os atos preconceituosos e homofóbicos.
- Pedi o afastamento
temporário e, consequentemente, a exoneração delas por um desvio de conduta. O
comportamento é absolutamente incompatível com os cargos que elas exercem. Eu
resolvi tomar as providências no sentido de impedir para que esses fatos
voltassem a ocorrer – comentou a promotora.
Uma das vítimas do
preconceito foi Emiliane Sales, 18 anos. Ela disse que a orientação sexual e as
roupas masculinas foram o estopim para o repúdio da direção geral escolar e a
recusa para sua matrícula. “Assim que eu cheguei para mim matricular na escola
fui surpreendida pela diretora que disse que eu não ia ser matriculada porque
eu era um ser diferente", explicou.
Os dois casos estão
sendo acompanhados pelo Coral (Convergência do Orgulho Rosa e Lilás). O diretor
geral da entidade, Maxueel Vieira, adiantou que o movimento já ingressou com
várias ações e avisou que vai comunicar o crime em todas as instâncias do Poder
Judiciário.
- Essas denúncias foram
transformadas em ações que tramitam em mais diversas instâncias como Secretaria
da Educação do Estado, Juizado da Infância e Juventude, Ouvidoria do Estado e
Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federa. Além de homofobia ouve ameaça
de morte tanto as vítimas quantos aos familiares. Não foi apenas um bullying simples
– enfatiza Maxueel Vieira.
As diretoras envolvidas
nas denúncias foram procuradas pela reportagem, mas não quiseram falar sobre o
caso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário