quinta-feira, 4 de abril de 2013

MPF acusa ex-dirigentes da Fundação Sarney de improbidade administrativa



Órgão do Maranhão diz que eles causaram prejuízo de R$ 298 mil aos cofres públicos
RIO - O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF-MA) propôs ação de improbidade administrativa contra o ex-presidente da Fundação José Sarney (FJS), José Carlos Sousa Silva, e o ex-diretor executivo da entidade, Fernando Nelmasio Silva Belford. Eles são acusados de cometer irregularidades na aplicação de recursos captados pelo Programa Nacional da Cultura (Pronac), do Ministério da Cultura.
De acordo com o MPF-MA, recursos repassados pela Petrobras à Fundação José Sarney e usados de forma indevida causaram um prejuízo de R$ 298 mil aos cofres públicos. O montante destinado à FJS, em troca da dedução de imposto de renda da estatal, serviu para financiar a montagem de uma exposição permanente sobre o período de Sarney na Presidência da República. Ao todo, a Petrobras deu R$ 1,3 milhão entre 2005 e 2008 para a preservação do acervo da fundação.
A ação de improbidade administrativa foi proposta no final do ano passado, mas somente agora foi divulgada, após a notificação dos acusados. O processo está na 3ª Vara Federal do Maranhão.
Dentre as irregularidades apuradas pelo Ministério Público, encontra-se a utilização de nota fiscal inidônea, o pagamento de consultoria para empresa cuja fantasma e aquisição de produtos com sobrepreço.
Os procuradores da República responsáveis pela ação pedem a restituição dos valores aos cofres públicos, além da condenação de ambos os réus, a suspensão dos seus direitos políticos e proibição de contratar com a Administração Pública ou receber benefícios ou incentivos fiscais.
Hoje, a Fundação José Sarney pertence ao Estado do Maranhão. Ela foi estatizada em 2011, após a Assembleia Legislativa do Maranhão aprovar a proposta, sancionada pela filha de Sarney, a governadora Roseana Sarney (PMDB). O local agora se chama Fundação da Memória Republicana Brasileira, e fica São Luis, em um convento construído no século XVII.
Procurada pelo GLOBO, a Fundação da Memória Republicana Brasileira disse que não responde pela gestão anterior. Os herdeiros de Sarney tem o direito de indicar dois dos onze conselheiros da fundação.

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