Dnocs oficializará
fim da irrigação para poupar reservatório, que está com apenas 52,77% do volume
Açude Boqueirão
O coordenador
estadual do Departamento de Obras de Combate às Secas na Paraíba (Dnocs), Solon
Alves Diniz, informou que poderá ir até o município de Boqueirão na próxima
sexta-feira, para oficializar o fim da irrigação via Açude Epitácio Pessoa.
Pelo menos 2.500 trabalhadores serão afetados, de acordo com o Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Boqueirão. O manancial está com 52,77% do total de seu
volume.
“Nenhum produtor
está plantando mais. Os agricultores estão apenas colhendo o que já foi
plantado. Nós tínhamos dado o prazo até o dia 30 de março para fechar de vez a
irrigação, mas resolvemos esperar mais alguns dias de abril. Na sexta
provavelmente eu estarei indo até lá para avaliar a situação e poderemos fechar
a irrigação”, disse Solon.
Entretanto, nem
todos os produtores estão no fim da colheita. O trabalhador rural Raimundo
Alves, que trabalha em uma produção de tomate no Sítio Cavaco, disse que serão
necessários pelo menos mais 70 dias para colheita. “Se esta irrigação for
fechada esta semana, perderemos 36 mil pés de tomate. Toda a produção estará
perdida e eu meus companheiros, todos pais de família, ficaremos sem trabalho.
É uma injustiça, enquanto a gente perde o pouco que tem, os donos das mansões
continuam usando as ilhas de forma desordenada”, afirmou.
De acordo com o
presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Boqueirão, Geraldo Barbosa,
a entidade tentará negociar mais uma vez com o Dnocs, para que o órgão aguarde
o final do ciclo de todas as colheitas e só depois disso, parar a irrigação.
“Toda injustiça está sendo em cima dos pequenos agricultores, isso é uma irresponsabilidade
de gestão do Dnocs que deveria enquanto órgão gestor fiscalizar e fazer o
controle da irrigação, para avaliar quem está agindo de forma irregular”,
afirmou.
Ele completou que
será formada uma Comissão Gestora do Açude Epitácio Pessoa, que estudará entre
outras medidas, o fim das grandes produções de banana e coco da região, que
segundo ele, utilizam maior volume de água do açude para irrigar. “A ideia é
manter apenas as produções que utilizam a irrigação por gotejamento”,
ressaltou.
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