Rodrigo Veloso disse ao G1 que a mãe faleceu na manhã desta terça-feira.
Ela estava em recuperação em casa no Recôncavo baiano.
Dona Canô
comemorou 105 anos no mês de setembro de 2012 (Foto: Egi Santana/G1)
Claudionor
Viana Teles Veloso, mais conhecida como Dona Canô, morreu aos 105 anos, nesta
terça-feira (25), em sua casa, localizada na cidade de Santo Amaro da
Purificação, no Recôncavo Baiano, afirmou o filho Rodrigo Veloso ao G1 às 9h20 (10h20 no horário de
Brasília). Dona Canô passou a noite de Natal em casa, com os filhos.
Segundo
a família, o velório será realizado até as 18h desta terça-feira, em casa, com
acesso apenas dos parentes. Depois disso, o corpo de Dona Canô será levado para
o Memorial Caetano Veloso, na Praça da Purificação, onde os moradores poderão
se despedir da matriarca. O sepultamento está marcado para 10h de quarta-feira
(26), no cemitério de Santo Amaro. Antes, a família vai realizar uma missa de
corpo presente na Matriz da Purificação.
O
governador da Bahia, Jaques Wagner, informou por meio de nota que irá ao
velório na noite desta terça-feira, em Santo Amaro. ”Em meu nome e de todos os
baianos, presto solidariedade à família desta grande mulher, que representou o
que a Bahia tem de melhor, um símbolo de força, doçura e coragem”, disse.
Dona
Canô esteve internada por seis dias, recebendo alta do Hospital São Rafael, emSalvador,
na sexta-feira (21). Ela tinha sofrido um ataque isquêmico cerebral, que gera
redução do fluxo de sangue nas artérias do cérebro, segundo informou o boletim
médico.
De
acordo com informações de Edson Nascimento, amigo da família, Dona Canô pediu
um vestido novo e branco para deixar o hospital. Foi com ele que ela foi
vestida para a casa, acompanhada da filha Mabel. Maria Bethânia acompanhou a
transferência da mãe em outro carro.
A
matriarca teve oito filhos, entre eles os cantores Caetano Veloso e Maria
Bethânia. Em outubro de 2011, Dona Canô perdeu a filha adotiva Eunice Veloso,
aos 83 anos, que morreu com insuficiência respiratória. O filho famoso, o
compositor Caetano, completou 70 anos em agosto deste ano. Em dezembro, a
matriarca da família assistiu ao show da nova turnê da filha Maria Bethânia, no
Teatro Castro Alves.
No
dia 16 de setembro de 2012, Dona Canô completou 105 anos e, como
tradicionalmente fazia, reuniu amigos e a família em missa e comemoração em
casa, na cidade de Santo Amaro. Estiveram na festa os filhos Caetano Veloso e
Maria Bethânia e a amiga Regina Casé. Quem celebrou a missa foi o padre
Reginaldo Manzotti.
Saúde
Segundo a família, Dona Canô nunca apresentou problemas graves de saúde. Em 5 de novembro deste ano, ela foi internada no Hospital São Rafael, após apresentar sintomas de gripe com febre. Ela permaneceu internada até o dia 9, quando recebeu alta.
Segundo a família, Dona Canô nunca apresentou problemas graves de saúde. Em 5 de novembro deste ano, ela foi internada no Hospital São Rafael, após apresentar sintomas de gripe com febre. Ela permaneceu internada até o dia 9, quando recebeu alta.
Já
em 2011, Dona Canô foi hospitalizada no dia 7 de julho com dores abdominais e
falta de ar. Em julho de 2007, ela ficou sete dias internada no Hospital São
Rafael por causa de problemas respiratórios. Na ocasião, ela foi encaminhada de
helicóptero do município de Santo Amaro até Salvador. No dia 2 de agosto ela
voltou a ser hospitalizada por dores na coluna.
Biografia
Nascida em 16 de setembro de 1907, Claudionor Viana Teles Veloso construiu sua história no Recôncavo Baiano, no município de Santo Amaro da Purificação. Os filhos biológicos são Clara, Roberto, Caetano, Bethânia, Rodrigo e Mabel. Dona Canô adotou as filhas Irene e Nicinha. Era viúva de “Seu Zeca”, que morreu em 1983, com 82 anos.
Nascida em 16 de setembro de 1907, Claudionor Viana Teles Veloso construiu sua história no Recôncavo Baiano, no município de Santo Amaro da Purificação. Os filhos biológicos são Clara, Roberto, Caetano, Bethânia, Rodrigo e Mabel. Dona Canô adotou as filhas Irene e Nicinha. Era viúva de “Seu Zeca”, que morreu em 1983, com 82 anos.
Conhecida
por sua personalidade forte e receptividade, Dona Canô participava sempre da
tradicional Festa de Reis em Santo Amaro, que reune milhares de pessoas em toda
região. A celebração de seus aniversários também se tornou um marco, atraindo
muitas pessoas para a festa.
Dona
Canô sempre aparecia vestida toda de branco em seus aniversários. Quando
completou o centenário, a missa foi celebrada pelo então arcebispo primaz do
Brasil, cardeal Dom Geraldo Majella. De Dom Geraldo, Dona Canô recebeu a imagem
peregrina de Nossa Senhora Aparecida.
Depois
das comemorações em Santo Amaro, Dona Canô foi para um hotel festejar os 100
anos. Ela foi recebida pela família e pelos amigos mais próximos. O então
ministro da Cultura, Gilberto Gil, entregou à Dona Canô uma carta do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em julho de 2011, Lula visitou
pessoalmente Dona Canô em Santo Amaro.
Atrás
da aparência frágil, com um corpo miúdo e fala mansa, Dona Canô escondia a
longevidade de poucos e a saúde considerada “de ferro”. Ela repetiu em diversas
oportunidades que era dona de uma fama que sempre disse não entender o motivo,
referindo-se ao intenso interesse da imprensa sobre ela e sua vida em Santo
Amaro da Purificação.
Autêntica
e mãe de dois grandes nomes da Música Popular Brasileira, Dona Canô se tornou
um símbolo não só de Santo Amaro, como do Recôncavo Baiano. Sempre lutou para
melhorar a cidade e acolheu os moradores como uma mãe.
O
sobrado de número 179, no centro de Santo Amaro, se tornou um dos pontos
turísticos do município. A casa onde residiu Dona Canô e a família Veloso
sempre esteve com as portas abertas para baianos e turistas.
No
casarão antigo, as paredes são cobertas de fotografias e histórias dela e de
toda família. Fotografias com o ex-presidente da república Luiz Inácio Lula da
Silva e o ex-senador Antônio Carlos Magalhães ganham destaque na parede da
sala.
Nas
entrevistas que dava para a imprensa, Dona Canô costumava destacar a felicidade
que sentia ao poder ter vivido o suficiente para acompanhar o crescimento dos
filhos e netos, tendo até conhecido os bisnetos. Sua lucidez a acompanhou até
os últimos dias de vida.
Ativa,
era sempre Dona Canô quem cuidava das contas de casa e decidia o cardápio na
cozinha. Também sempre foi muito conhecida pela vaidade. Foi uma mulher marcada
pela religiosidade. Em casa, guardava há anos várias imagens religiosas. A
maioria foi dada por amigos e até por desconhecidos. Foi com a ajuda da
matriarca que a festa de Nossa Senhora da Purificação transformou-se em um
evento famoso na Bahia.
Uma
das principais comemorações de aniversário foram os 100 anos de Dona Canô em
2007. O dia foi de flores, presentes e visitas de amigos e dos filhos. Na
igreja de Nossa Senhora da Purificação, foi realizada uma missa em homenagem à
matriarca. A imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida foi levada de São
Paulo especialmente para a ocasião. A matriarca dos Veloso ficou pouco tempo na
igreja, porque se emocionou bastante. Maria Bethânia cantou "Romaria"
em homenagem à mãe e assim que terminou a música, abraçou Dona Canô.
Sobre
a história construída nos 105 anos de vida em Santo Amaro, Dona Canô disse em
entrevista este ano que não conseguia esquecer de quando passeava com os amigos
nas usinas de açúcar da cidade. “A cidade cresceu, as coisas ficaram longe, os
bondes eram importantes”, contou ao G1 no mês de setembro.
Homenagens
Cantada por Daniela Mercury, a composição de Caetano Veloso que leva no título o nome da mãe "Dona Canô" descreve a relação que a matriarca tinha com seus familiares e amigos.
Cantada por Daniela Mercury, a composição de Caetano Veloso que leva no título o nome da mãe "Dona Canô" descreve a relação que a matriarca tinha com seus familiares e amigos.
A
vida de Dona Canô também inspirou o historiador Antônio Guerreiro de Freitas, que
publicou em 2009 a biografia "Canô Velloso, lembranças do saber
viver", escrita também por Arthur Assis Gonçalves da Silva, que faleceu
antes do término da obra.
Dona
Canô também está no nome do teatro fundado há nove anos em Santo Amaro com a
sua contribuição. A filha Mabel Velloso lançou o livro “O Sal é o Dom – Receita
de Mãe Canô” reunindo receitas feitas pela mãe.
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