O governo ainda não definiu o índice de reajuste da
gasolina e do diesel, mas a decisão de aumento está confirmada.
A presidente da Petrobras, Graça
Foster, disse que o aumento poderá ser de 10%, conforme
antecipou a Folha na
edição impressa desta quinta-feira.
"Normalmente a imprensa é muito
bem fundamentada", disse Graça, ao ser questioada se esse seria o patamar
de aumento.
A gasolina e o diesel representam,
hoje, metade da receita da Petrobras.
A falta de ajuste tem refletido
negativamente nas ações da empresa no mercado, principalmente depois que a
estatal passou a ter que importar gasolina para suprir o consumo interno,
comprando o combustível a preços internacionais e vendendo com preços congelados.
No ano, as ações ordinárias da
Petrobras acumulam queda de 7,79%.
A presidente da Petrobras não quis, no
entanto, confirmar o percentual. "Nós não temos nenhum percentual de
aumento da gasolina e nenhuma data específica."
Ela disse que em algum momento o
aumento deve acontecer. "Nós precisamos de um aumento porque o Brent
desceu, mas o câmbio está subindo. A paridade do preço está bem defasada."
MANTEGA
E LOBÃO
Nem o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, nem o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmaram que o
governo já teria um índice definido.
"Não confirmo nada", disse
Mantega, sem querer comentar o assunto.
Segundo Lobão, o governo está
constantemente estudando o impacto do aumento de combustíveis na inflação.
"Estamos sempre fazendo simulações de quanto a Petrobras precisa de
aumento e como isso repercute na inflação. Isso não quer dizer que vá se
realizar prontamente."
"COLCHÃO"
DA CIDE
Ele disse que ainda há espaço para
utilizar a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), mas o
governo está cauteloso. Se isso ocorrer, Lobão diz que os recursos da taxa
estarão esgotados.
A Cide é usada como uma espécie de
colchão pelo governo para amortecer o impacto do aumento dos combustíveis na
inflação. O governo vem lançando mão do recurso há nove anos, e é por isso que
os reajustes não pesam no bolso do consumidor, disse o ministro.
Desta vez, o governo ainda não decidiu
se usará o artifício ou deixará que o aumento chegue ao consumidor.
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