terça-feira, 19 de junho de 2012

Acusado culpa grupo de extermínio por estupro coletivo, diz promotor


Acusado do estupro coletivo disse que grupo atacou sua casa.
Ministério Público e Polícia Civil investigam a informação.

A segunda audiência de instrução do caso de Queimadas, no Agreste paraibano, em que cinco mulheres foram estupradas e duas delas assassinadas em fevereiro deste ano, aconteceu durante toda a segunda-feira (18) no Fórum da cidade. E, de acordo com um dos promotores, durante os depoimentos foi apontada a existência de um grupo de extermínio na região. O Ministério Público e a Polícia Civil já estão investigando a informação.
Segundo o promotor Márcio Teixeira, o acusado Eduardo, apontado pela polícia e pelo MP como o mentor de toda a ação, teria revelado a existência de um grupo de extermínio que atuaria na região do Agreste. "Ele nega a versão do Ministério Público [que o acusa de ser o mentor do estupro coletivo] e levantou esta outra hipótese de que um grupo queria matá-lo e teria invadido a casa na noite dos crimes. Ele disse que as meninas teriam sido mortas por esse grupo".
Ainda de acordo com ele, o MP já solicitou à Polícia Civil que fosse investigada a informação. Ele acha que o grupo possa existir, mas que o acusado revelou isto para desviar o foco da audiência. "De qualquer forma, já repassamos a informação para o Delegado Regional de Campina Grande, André Rabello, que já iniciou diligências e investigações", concluiu.
Eduardo teria revelado detalhes de como funcionaria o esquema do grupo, mas as informações não foram repassadas à imprensa para não atrapalhar nas investigações da polícia. O promotor explicou que será feita uma investigação paralela, que não terá influência no julgamento do processo que os acusados estão respondendo.
Na segunda-feira, o advogado de acusação, Félix Araújo, disse que uma testemunha de defesa teria revelado que recebeu uma ligação dias antes da audiência. A ligação teria sido de alguém de dentro do presídio orientando que o depoimento incluísse a ação deste grupo citado pelo acusado.
O promotor confirmou que a testemunha teria revelado o recebimento da ligação durante a audiência. Ele disse que já acionou o Ministéio Público em João Pessoa para cobrar respostas da direção do Presídio de Segurança Máxima PB 1, onde estão detidos os sete acusados.
O advogado de defesa no processo, Paulo de Tarso, disse que seu cliente nega ter telefonado para testemunhas e que isso deve ser investigado. Tarso também informou que, para a defesa, a probabilidade é de que haja condenação, visto que as três vítimas sobreviventes reconheceram os réus em seus testemunhos

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