Aos 63 anos, Maria das Dores quer estudar letras.
Esta é a primeira vez que ela faz a prova.
“Eu amo escrever. Escrever é a minha vida”,
diz a faxineira e poetisa Maria das Dores de Souza Costa, de 63 anos, que vai
fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste sábado (3) e
domingo (4) em Alfenas (MG). Mãe de sete filhos, ela tem oito netos e é também
chamada de ‘Vovó do Enem’, pois tem um sonho: fazer faculdade de letras. “Quero
me sentar em uma sala de aula e aprender mais sobre a nossa língua portuguesa”,
diz a candidata.
Desde
que se formou no 3º ano do ensino médio, que cursou com muita dificuldade,
economizando o dinheiro que ganhava como tecelã, ela sonha com a formação
superior.
Enquanto não consegue ingressar na universidade, a faxineira dedica o tempo livre ao que mais gosta de fazer: escrever.
Enquanto não consegue ingressar na universidade, a faxineira dedica o tempo livre ao que mais gosta de fazer: escrever.
Rodeada
por livros e cadernos, ela gosta de escrever sobre meio ambiente,
sustentabilidade e histórias infantis. Inspiração não falta para ela. “Faço
pelo menos um texto por dia, seja poesia ou crônica. Eu gosto é de relatar o
cotidiano. Há alguns dias, eu escrevi cinco textos. Agora, o que me falta é
aprender a transcrevê-los com mais rapidez para o computador”.
“Faço
pelo menos um texto por dia, seja poesia ou crônica. Eu gosto é de relatar o
cotidiano"
Maria das Dores
faxineira e poetisa
faxineira e poetisa
Em
Minas Gerais, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(Inep), 653.074 pessoas fizeram a inscrição para a prova. Mesmo sem ter feito
curso preparatório, Maria das Dores estuda por uma apostila emprestada e não
esconde o otimismo. “Eu vou me sair bem na prova porque gosto de escrever e
sempre fui boa aluna. Parei de estudar há 40 anos, mas me mantenho atualizada.
Meu único medo é poetizar dentro da redação, que pede um texto dissertativo”,
comenta.
Maria das Dores revela que não tem seguido rotinas de estudo e comportamentos, como uma parte dos candidatos da prova do Enem. “Eu nem sabia que poderia concorrer. Meu genro é que me incentivou e me ajudou com a inscrição. Agora vou fazer a prova durante o sábado e domingo e torcer para ter uma boa nota e entrar na universidade”, conta.
A poetisa, que queria ter feito magistério, cursou o ensino técnico de contabilidade. Hoje ela divide o tempo entre escrever, trabalhar e cuidar dos netos, a quem adora contar histórias. “Eu mesma crio as histórias para eles e eles adoram, sempre pedem para eu repetir as histórias. Eu tento colocar sempre uma lição de vida, falando sobre a importância da honestidade e do amor ao próximo”.
Maria das Dores revela que não tem seguido rotinas de estudo e comportamentos, como uma parte dos candidatos da prova do Enem. “Eu nem sabia que poderia concorrer. Meu genro é que me incentivou e me ajudou com a inscrição. Agora vou fazer a prova durante o sábado e domingo e torcer para ter uma boa nota e entrar na universidade”, conta.
A poetisa, que queria ter feito magistério, cursou o ensino técnico de contabilidade. Hoje ela divide o tempo entre escrever, trabalhar e cuidar dos netos, a quem adora contar histórias. “Eu mesma crio as histórias para eles e eles adoram, sempre pedem para eu repetir as histórias. Eu tento colocar sempre uma lição de vida, falando sobre a importância da honestidade e do amor ao próximo”.
Essa
habilidade rendeu a ela, no passado, uma participação em um livro coletivo. Com
o texto ‘Lamento’, que fala de um amor não correspondido, Maria das Dores
integrou a obra ‘Antologia poética das cidades brasileiras’ em 1985.
Agora, ela espera deixar as poesias e histórias infantis um pouco de lado, caso obtenha pontos suficientes no Enem para garantir uma vaga na Universidade Federal de Alfenas (Unifal). “Eu quero estudar. Não vejo a hora. Apesar da minha idade, sonho com isso e como faço do otimismo um estilo de vida, acredito que vou conseguir”, finaliza.
Agora, ela espera deixar as poesias e histórias infantis um pouco de lado, caso obtenha pontos suficientes no Enem para garantir uma vaga na Universidade Federal de Alfenas (Unifal). “Eu quero estudar. Não vejo a hora. Apesar da minha idade, sonho com isso e como faço do otimismo um estilo de vida, acredito que vou conseguir”, finaliza.
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