‘Drª Lila’, como ela ficou
conhecida na região, é apontada como responsável por falsificar resultados de
exames e assinaturas de médicos e bioquímicos
Mulher acusada da falsificação
Uma auxiliar de enfermagem da
cidade de Cabaceiras, no Cariri paraibano, está sendo alvo de uma investigação
criminal da Polícia Civil da Paraíba, acusada de estelionato e tentativa de
homicídio. ‘Drª Lila’, como ela ficou conhecida na região, é apontada como
responsável por falsificar resultados de exames e assinaturas de médicos e
bioquímicos.
De acordo com o delegado da
Polícia Civil, Heriberto Paulino, que investiga o caso, o inquérito foi aberto
há três meses, quando uma família procurou a delegacia da cidade para informar
sobre irregularidades no resultados de exames médicos.
“As cinco pessoas levaram os
exames e os resultados eram semelhantes. Da criança ao idoso, os resultados dos
exames de toda a família eram quase iguais. De posse dessas informações,
começamos a investigar a auxiliar de enfermagem conhecida como Drª Lila”, disse
o delegado.
Ainda de acordo com o delegado,
durante as investigações, outros casos apareceram contra a auxiliar de
enfermagem. “Ela tinha um posto de coleta em Cabeceiras, que funcionava também
como uma policlínica. Uma jovem chegou ao local dizendo que estava com dores na
garganta e a falsa médica confirmou que era problemas na tireóide. A acusada
passou a tomar remédio para a doença e em um exame com um médico foi
diagnosticado que a vítima não sofria da tireóide”, disse.
Heriberto Paulino relatou que os
resultados dos exames eram falsificados de forma artesanal e os documentos eram
de laboratórios da Paraíba e do Rio Grande do Sul. “A casa dela funcionava
também como laboratório. Ela coletava o material e dava o resultado em poucos
dias, contrariando o tempo legal. As assinaturas dos médicos e bioquímicos eram
falsificadas”, afirmou.
As investigações da Polícia Civil
apontaram que a auxiliar de enfermagem estava agindo no mercado há mais de 10
anos e nas cidades de Cabeceiras, Boqueirão e Caturité de Boqueirão, todas
localizadas na região do Cariri paraibano. “Ela pode ter prejudicado dezenas de
pessoas ao longo desse tempo. O alvo preferência era as pessoas desinformadas,
idosas e do sítio. A falsa médica cobra entre R$ 30 a R$ 150 por exames e
consultas”, disse o delegado.
O delegado adiantou que a
auxiliar de enfermagem será ouvida nesta quinta-feira (16), na Delegacia de
Cabaceiras. “Temos uma vasta prova contra acusada”.
Durante entrevista ao repórter da
TV Correio, Márcio Rangel, a acusada se defendeu e negou qualquer
irregularidade no exercício da profissão. “Estou trabalhando muito certo. Eu
não falsifico exame. Eu trabalho com pró-sangue”.
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