Tecnologia foi desenvolvida por pesquisadores norte-americanos.
Kaiba Gionfriddo com seu cachorro Bandit (Foto: AP Photo/Mark
Stahl)
Médicos
norte-americanos usaram uma impressora 3D para criar uma peça de plástico capaz
de salvar a vida de uma criança com uma rara doença respiratória. Segundo a
equipe responsável pela cirurgia, é a primeira vez que a tecnologia é usada
para tratar este problema.
Kaiba Gionfriddo, que
agora está com um ano e sete meses, tinha apenas três meses quando passou pela
cirurgia. Por causa de um defeito de nascença em seus brônquios -- vias que
levam o ar da traqueia aos pulmões --, ele constantemente parava de respirar.
Por consequência, o coração também poderia parar.
Antes da criação desta
tecnologia, Kaiba dificilmente poderia deixar o hospital, onde dependia de
máquinas para respirar desde que nasceu. Mais de um ano depois da cirurgia, o
menino ainda não voltou a ter crises respiratórias.
“É uma criança bem
saudável no momento”, resumiu Glenn Green, otorrinolaringologista do Hospital
da Universidade de Michigan, em Ann Arbor. O médico foi um dos responsáveis
pelo atendimento e também um dos autores do artigo científico que descreveu o
avanço na revista “New England Journal of Medicine”.
A peça foi presa em
torno dos brônquios defeituosos, para evitar acidentes. Ela tem uma pequena
abertura que permite a expansão de acordo com o crescimento da criança – o que,
se continuar funcionando, evita que eles tenham que fazer novas cirurgias de
reparação.
A equipe da
universidade já vinha fazendo pesquisas com peças artificiais para as vias
aéreas, mas ainda não tinha realizado o implante em nenhum paciente.
Transplantes de traqueia já haviam sido realizados em adultos, geralmente
vítimas de câncer, mas com traqueias retiradas de doadores mortos ou feitas com
células-tronco.
A novidade foi bem
recebida por médicos que não participaram do trabalho. “Fiquei impressionado
com o que eles conseguiram fazer”, afirmou Robert Weatherly, pediatra da
Universidade do Misouri, em Kansas City.
“Posso me lembrar de
algumas crianças que vi sofrer muito nas últimas décadas (...) que
provavelmente teriam se beneficiado com essa tecnologia”, apontou John Bent,
pediatra da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova York.
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