Acusado é professor de
artes marciais e também teria abusado sexualmente da vítima; Polícia Civil
havia informado de que ele poderia estar na PB, mas ele se entregou no DF
Daryell, de 25 anos, se
apresentou à delegacia
O lutador de artes
marciais Daryell Dickson Meneses Xavier, de 25 anos, acusado de matar o enteado
de um ano e 11 meses após um suposto espancamento, se entregou à polícia na
noite desta terça-feira (1º). O acusado foi à 38ª DP (Vicente Pires-DF), onde o
caso está registrado, acompanhado de dois advogados e, segundo a polícia, se
manteve em silêncio.
A hipótese do professor
estar escondido em João Pessoa surgiu após a Polícia Civil do Distrito Federal
descobrir que ele tem parentes na capital paraibana.
No momento da prisão, a
mãe da vítima também estava na delegacia. Ela ficou bastante revoltada com a
presença do rapaz e precisou ser contida pelos familiares. Xavier ficou detido
por alguns minutos e em seguida foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) para
passar por exame de corpo de delito. Em seguida, foi encaminhado ao DPE
(Departamento de Polícia Especializada) e está à disposição da Justiça.
* Leia também:
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ano, em Brasília
O acusado, que dava
aula de jiu jitsu para crianças em uma academia de Taguatinga (DF), estava
foragido desde domingo (30), quando teve a prisão temporária decretada.
A avó do garoto, Márcia
Estrela, disse que a academia pertence à mãe de Xavier.
Em entrevista ao R7,
ela contou ainda que o acusado manteve um relacionamento de seis meses com a
filha e que chegou a agredi-la uma vez, mas ninguém registrou boletim de
ocorrência.
— Entendemos que aquilo
foi uma briga de casal passageira, mas ele sempre esteve acima de qualquer
suspeita para todos nós.
O crime aconteceu na
quinta-feira (27) quando a criança, que completaria dois anos na próxima
sexta-feira (4), deu entrada em um hospital particular de Taguatinga com
traumatismo craniano e uma fissura no ânus.
A delegada-chefe da 38ª
DP (Vicente Pires), onde o caso está registrado, explicou que os médicos
desconfiaram de espancamento e abuso sexual durante os exames e decidiram
denunciar o caso à polícia.
— Recebemos a
informação somente na noite do dia 28, por volta das 19h, e começamos a apurar
as causas desses ferimentos, porque o traumatismo poderia ter sido provocado
por uma queda da própria altura ou por uma queda no balanço da escola, por
exemplo.
Na ocasião, os
familiares estiveram na DP e conversaram com a delegada. O padrasto, que é
lutador de artes marciais e professor de academia, também prestou
esclarecimentos, mas a polícia percebeu informações conflitantes no depoimento
dele e avançou nas investigações.
Na manhã deste sábado
(29), por volta das 8h, a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu. O corpo
foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) e os exames comprovaram que o
traumatismo foi provocado por uma "ação contundente".
— Com isso, descartamos
a queda da própria altura porque o ferimento foi provocado por uma força
extrema exercida sobre o crânio da criança, mas o padrasto insistiu em levantar
outras hipóteses, dizendo que foi uma queda na escola ou até mesmo da cama em
casa.
Diante dessa informação,
os peritos estiveram na casa do suspeito e verificaram que havia indícios o
suficiente para tê-lo como principal suspeito pela morte do bebê.
Essa desconfiança
ganhou ainda mais força porque o padrasto não compareceu ao enterro da vítima,
no fim da tarde deste domingo (30), nem deu mais notícias aos familiares.
— Ele saiu da delegacia
com a intenção de não voltar mais. Agora, temos certeza de que ele realmente
praticou esse delito.
A prisão temporária do
suspeito foi decretada pela Justiça do Distrito Federal no próprio domingo, mas
ele ainda não foi localizado. Agora, a polícia aguarda o laudo pericial para
descobrir o que provocou a fissura anal.
— Não sabemos ainda se
isso foi um abuso sexual. Não temos elementos ainda para dizer se essa fissura
foi provocada por uma causa interna ou externa, mas a prisão temporária dele já
foi decretada pelo homicídio.
A delegada também
acredita que Xavier tenha usado um travesseiro para amortecer possíveis socos
que ele deu na cabeça do enteado.
— O que nos chama a
atenção é que não existem lesões externas. Isso quer dizer que o traumatismo
craniano foi provocado por algo que amortizou o golpe. Não deixou sinais
visíveis, mas causou um grande estrago por dentro.
O R7 entrou em contato
com a academia onde o foragido trabalhava, mas a recepcionista não soube passar
maiores detalhes. Disse apenas que ele atuava na parte administrativa e que não
comparece no local há pelo menos duas semanas.
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