Pastor nega acusação e diz que itens foram comprados para instituição.
ONG é investigada por
desvio de verba
(Foto: Vanessa Pires/G1)
(Foto: Vanessa Pires/G1)
Uma Organização Não
Governamental (ONG) de Uberlândia, administrada por uma
igreja evangélica, foi denunciada por supostamente desviar cerca de R$ 200 mil
de verba da Prefeitura Municipal. Na tarde desta segunda-feira (10), um pastor
foi conduzido para a delegacia e notebooks foram apreendidos pela Polícia Militar
(PM) para investigações. O suspeito nega os fatos e disse que todo o recurso
foi aplicado na instituição.
Após realizar visitas
técnicas à ONG Refúgio de Amparo e Promoção Urbana, no Bairro Luizote de
Freitas, uma comissão da Secretaria de Desenvolvimento Social detectou que
objetos enumerados nos relatórios de investimentos não foram encontrados no
local. “Quando fomos fazer a renovação do convênio neste ano, detectamos que o
atendimento não era feito como deveria e que os produtos comprados não estavam
na instituição”, explicou o secretário executivo dos Conselhos, Wender Marques.
Ele conta que então, a comissão analisou documentos desde 2010 e elaborou um
relatório para denunciar a ONG.
Segundo ele, a ONG
deveria atender 100 crianças e o investimento mensal para cada uma é de R$ 160.
O local, que foi fundado há aproximadamente 16 anos, é destinado a crianças de
7 a 15 anos para a prática de atividades como pintura, dança, música e cultura.
“Quanto chegamos ao local, havia apenas oito crianças e itens como carteiras,
freezers e computadores não existiam”. Ainda segundo Wender, foi repassado R$
100 mil para a construção de uma quadra esportiva, mas também não foi feita.
Um morador da região,
que preferiu não ser identificado, disse que a filha fazia atividades no local
e que era cobrada uma taxa de R$ 20 por mês para frequentar as aulas. “Achei
melhor tirar ela de lá, pois era um lugar desorganizado e inventavam muitas
mentiras sobre nossa família”, explicou. Já o agente funerário Rangel, que mora
há 15 anos em frente à instituição, disse que sempre achou estranho, pois no
início o pastor tinha um carro simples e em pouco tempo ele adquiriu um
automóvel de luxo.
De acordo com o
secretário executivo, funcionários também foram ouvidos e a partir de agora
será feita uma representação ao Ministério Público. “Vamos tentar uma
intervenção do município para que possamos regularizar o atendimento às
famílias”, concluiu.
Pastor Roni Vieira foi
detido suspeito de desviar
R$ 200 mil da Prefeitura (Foto: Vanessa Pires/G1)
R$ 200 mil da Prefeitura (Foto: Vanessa Pires/G1)
O pastor Roni Vieira
Santos, da Igreja Batista Getsêmani, que administra a ONG, foi conduzido pela
Polícia Militar até a delegacia após a denúncia. Computadores que deveriam
estar na escola, segundo a Prefeitura, estavam na casa do suspeito e por isso
ele foi detido. Segundo a PM, ele pode responder por usar a verba pública de
forma indevida e a pena são três meses de detenção ou o pagamento de uma multa.
Ao G1, o pastor negou
os fatos e disse que todo o dinheiro repassado foi aplicado à ONG Refúgio de
Amparo e Promoção Urbana. “Não preciso de dinheiro público. Cadeiras e
computadores estão na escola e só tinham poucos alunos porque as aulas
começaram hoje”, afirmou. Em relação aos R$ 100 mil que deveriam ter sido
destinados à construção da quadra, ele explicou que a verba foi aplicada em
outro local. “A ONG ficava em um espaço cedido pelo Estado. Quando recebemos o
recurso, não conseguimos ganhar o espaço onde estávamos, então tivemos que
mudar e construir uma nova estrutura. A verba foi usada para isso”, afirmou.
Em relação à taxa de R$
20 cobrada pela ONG aos estudantes, o pastor informou que a verba repassada
pela Prefeitura não era suficiente para manter a instituição. “Você acha que R$
160 por criança dá para pagar professores, alimentos, copeiros e materiais?
Muitas vezes eu ajudei com meu dinheiro, pois estamos em um bairro pobre”,
acrescentou. Para finalizar, Roni Vieira disse que, talvez, possa abrir
desistência da administração da ONG. “Quero saber o fundamento da denúncia e
assim que formalizar vou ver o que fazer”, finalizou
PM apreendeu
computadores que deveriam estar na escola, mas foram encontrados na casa do
pastor (Foto: Vanessa Pires/G1)
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