A rede pública de saúde vai
passar a oferecer quatro novos medicamentos contra a hipertensão arterial
pulmonar e o câncer de pulmão.
Hoje obtidos por meio de demandas
judiciais, devem estar disponíveis já em 2014 a ambrisentana e a bosentana
(usadas no combate à hipertensão arterial pulmonar) e o erlotinibe e o
gefitinibe (contra o câncer de pulmão).
De acordo com o Ministério da
Saúde, as inclusões serão publicadas no "Diário Oficial" da União de
hoje.
O ministro Alexandre Padilha
(Saúde) diz que as inclusões são demandas antigas de especialistas e ressalta o
benefício para o paciente, pois os remédios são na forma de comprimidos.
"O uso da medicação em domicílio contribui para a melhoria da qualidade de
vida."
Os medicamentos contra a
hipertensão arterial pulmonar serão oferecidos a pacientes que já tentaram
tratamento com outro remédio (sildenafila), mas precisam de uma alternativa. Ou
como primeira tentativa em situações especiais --como menores de 18 anos e
pacientes com HIV que usam antirretrovirais.
Renato Maciel, vice-presidente da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, comemorou a incorporação dos
remédios, esperada há mais de ano, afirma ele.
"É uma doença de prognóstico
grave, com mortalidade média quando não tratada em até 32 meses", diz.
Segundo a sociedade, entre 3.000
e 4.000 pacientes se tratam da doença no país.
O médico afirma que, em algum
momento, a maior parte dos pacientes deixa de responder à primeira alternativa
de tratamento, demandando uma segunda opção.
De acordo com Maciel, há uma
terceira alternativa de droga, para além dos medicamentos agora ofertados. Ele
acredita que, no prazo de dois anos, a demanda por essa terceira via deve
crescer.
Já o erlotinibe e o gefitinibe
devem beneficiar pacientes em estágio avançado ou metastático de um tipo
específico de câncer de pulmão.
Segundo Anderson Silvestrini,
ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, mais de 20% dos
pacientes são elegíveis à utilização dos remédios, que podem ter impacto no
avanço da doença e na mortalidade.
Silvestrini alerta que o dinheiro
dado pelo governo aos hospitais para cobrir esses medicamentos pode não ser o
bastante. O ministério, porém, avalia que a quantia é suficiente.
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