Mulher dava banho no neto quando percebeu os arranhões nas costas dele.
Fabricante do produto diz que caso já está sendo verificado.
Sabonete
usado pela avó foi apreendido pela polícia (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
“Estou
com sentimento de culpa”, disse ao G1 Geanea Gonçalves, 46 anos, avó do bebê
que segundo a família foi ferido por um sabonete da marca Pom Pom que continha
cacos de vidro. A mulher dava banho na criança, no domingo (17), quando o
incidente aconteceu e afirma que está traumatizada com o ocorrido. “Eu nem sei
se consigo dar banho novamente”, relata.
Em
nota, a fabricante do produto disse que está tomando as providências para a
verificação do caso. Afirma também que entrou em contato com a consumidora e
está à disposição da família para dar a assistência necessária.
A
avó conta que ajuda a filha, a estudante Suzany Medeiros Barbosa, 23 anos, a
cuidar do criança. Durante o banho, percebeu que o neto estava chorando e notou
os machucados. “Tinha sangue na água. Eu tremi de nervoso”, completa.
Ela
disse que só percebeu que havia um objeto cortante no sabonete depois do
incidente e que jamais faria algo para ferir o neto. “É meu primeiro neto.
Jamais deixaria que o machucassem”, relata a avó.
Chegaram
a dizer que eu tinha colocado o caco de vidro no sabonete, o que é um
absurdo"
Repercussão
Suzany postou uma foto, na rede social Facebook, dos arranhões que o filho teve. Segundo ela, a intenção era deixar um alerta sobre o perigo, mas o caso acabou ganhando outras proporções. Ela diz ter ficado chateada com as criticas que recebeu após a postagem.
Suzany postou uma foto, na rede social Facebook, dos arranhões que o filho teve. Segundo ela, a intenção era deixar um alerta sobre o perigo, mas o caso acabou ganhando outras proporções. Ela diz ter ficado chateada com as criticas que recebeu após a postagem.
“Chegaram
a dizer que eu tinha colocado o caco de vidro no sabonete, o que é um absurdo.
Não imaginei que teria essa repercussão”, afirma, acrescentando que sempre
adotou cuidado ao comprar produtos pelo filho possuir tendência à alergia na
pele.
A
estudante relata que na segunda-feira (18) foi ao hospital militar de Campo Grande e
lá foi orientada por uma médica a procurar a polícia. No mesmo dia, segundo ela,
registrou boletim de ocorrência na delegacia e ainda levou a criança ao
Instituto Médico Legal (IML) para exame corpo de delito.
Suzany
também contou que um representante da Pom Pom foi até sua residência nesta
manhã para trocar o sabonete, mas ela havia entregado o produto para a Polícia
Civil.
“Vou
mover um processo contra a empresa e se couber vou cobrar indenização”, disse.
“Que meu caso sirva de exemplo para outras famílias e que outras empresas que
trabalham com produtos infantis tenham mais cuidado”.
Suzany segura
Matheus e mostra que as marcas ainda não sumiram (Foto: Fabiano Arruda/ G1 MS)
Investigação
O inquérito para investigar o caso foi aberto na 7ª DP de Campo Grande. Conforme o delegado responsável pelo caso, Natanael Balduíno, é preciso aguardar o resultado do exame feito no bebê e no sabonete para continuar a apuração.
O inquérito para investigar o caso foi aberto na 7ª DP de Campo Grande. Conforme o delegado responsável pelo caso, Natanael Balduíno, é preciso aguardar o resultado do exame feito no bebê e no sabonete para continuar a apuração.
“Somente
a perícia vai poder identificar se tem cacos de vidro ou não, porque é
imperceptível a olho nu. Tem que ter lente de aumento para conseguir ver”,
disse ao G1.
Os
laudos devem sair em até dez dias. Em seguida, a mãe e a avó serão ouvidas
novamente. Elas prestaram depoimento quando registraram o BO e algumas
informações, como o local onde o sabonete foi comprado, ficaram pendentes. A
polícia irá até o estabelecimento saber dados sobre o lote e outras informações
sobre o produto para que a fabricante possa ser ouvida e o responsável,
identificado.
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