Minas e no Rio é acima
de 50%, e chega a 60% em São Paulo, aponta pesquisa Ibope
Os principais
candidatos à Presidência da República - Montagem/O Globo
RIO — Candidata à
reeleição pelo PT, a presidente Dilma Rousseff lidera as intenções de voto no
Estado do Rio, o terceiro maior colégio eleitoral do país, com 20 pontos
percentuais de vantagem sobre seu adversário do PSDB, Aécio Neves. Já em Minas
Gerais, segunda unidade da Federação com mais eleitores, o tucano tem dez
pontos percentuais a mais que a presidente. Mas, no estado com mais votantes, a
disputa entre os dois está acirrada. Dilma e Aécio estão tecnicamente empatados
em São Paulo. A pedra no caminho da presidente nos três principais colégios
eleitorais é sua própria administração à frente do país. Mais da metade dos
entrevistados pelas pesquisas Ibope em cada uma destas três unidades da
Federação, divulgadas anteontem, desaprovam a maneira como Dilma está
governando o Brasil.
Em São Paulo, Dilma
aparece com 30% das intenções de voto contra 25% de Aécio. Como a margem de
erro do Ibope é de três pontos percentuais nas pesquisas estaduais, os dois
estão tecnicamente empatados. Em Minas, o tucano tem 41%, e a presidente, 31%.
No Rio, um dos estados em que Dilma obteve a maior vantagem sobre José Serra
(PSDB) em 2010, a presidente aparece com 35%, enquanto Aécio tem 15%.
O estado foi um dos que
mais deram dor de cabeça para a presidente na pré-campanha. PT e PMDB, aliados
nacionalmente, travaram uma queda de braço para defender as candidaturas ao
governo do senador Lindbergh Farias e Luiz Fernando Pezão, respectivamente. A
batalha terminou com a maior parte dos peemedebistas abraçando a campanha de
Aécio e comandando o movimento “Aezão”, de apoio ao tucano e ao governador
Pezão, que tenta a reeleição.
Dilma tem no Rio quatro
palanques: além de Pezão e Lindbergh, é apoiada pelo deputado federal e
ex-governador Anthony Garotinho (PR) e pelo senador Marcelo Crivella (PRB). Na
semana passada, a presidente realizou sua primeira atividade de campanha no
estado — e ao lado do governador, o que despertou a ira do candidato petista.
No Rio, Dilma atinge os
maiores percentuais entre pessoas com mais de 55 anos e entre os que concluíram
até a 4ª série (atual 5º ano) do ensino fundamental. Já Aécio tem melhor
desempenho entre os eleitores de ensino superior e apresenta índices homogêneos
nas diferentes idades. Juntos, São Paulo, Minas e Rio têm 41,6% do eleitorado
nacional.
Terceiro colocado nas
pesquisas, o candidato Eduardo Campos (PSB) tem 6% em São Paulo e 5% em Minas e
Rio. Nos oito estados em que o Ibope fez levantamento de intenções de voto para
a corrida estadual depois do início da campanha eleitoral e questionou os entrevistados
também sobre a preferência para o cenário nacional, apenas em Pernambuco o
socialista está em meio ao duelo entre Dilma e Aécio. No estado em que governou
até abril deste ano, Campos aparece com 37%, enquanto a presidente tem 41%, o
que configura empate técnico entre os dois no estado.
MAIOR DESAPROVAÇÃO EM
SP
Desde que começou a
campanha, no dia 6 de julho, o Ibope fez pesquisas sobre as intenções de voto
para o governo estadual em São Paulo, Minas Gerais, Rio, Distrito Federal,
Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. No caso do Ceará,
a pesquisa não foi divulgada na íntegra pelo instituto, e não é possível saber
qual o percentual de cada um dos presidenciáveis. Quando faz a pesquisa para o
governo e o Senado, o Ibope pergunta ao entrevistado em quem ele vota para
presidente.
A maior desaprovação da
maneira como Dilma administra o país está em São Paulo: 60%. No Rio, embora
lidere entre os candidatos ao Palácio do Planalto, o modo de governar da
presidente tem 54% de desaprovação. Em Minas Gerais, o percentual é de 51%. Nos
estados em que o levantamento foi realizado, a maior aprovação de Dilma é na
Bahia — 59% —, estado governado pelo petista Jaques Wagner. É nesta unidade da
Federação que a presidente tem o maior percentual de intenção de votos: 48%.
VENCER NO SUDESTE NÃO
BASTA
Cientista político e
diretor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense
(UFF), Eurico Figueiredo disse que o cenário está, neste momento, desfavorável
à presidente, mas que ela tem o maior trunfo entre os candidatos: o
ex-presidente Lula.
— Seja como for, esse
quadro de hoje, que não é favorável, poderá mudar se o ex-presidente Lula se
engajar. Agora, não sabemos até que ponto ele entrará na campanha — afirmou.
Segundo Figueiredo,
mesmo com o embate desenhado no Sudeste, os presidenciáveis não deixarão de
lado o Nordeste:
— O decisivo, em geral,
é a união do Sudeste com o Nordeste. Essa é uma tradição da política brasileira
que não mudou.
Os tucanos dizem que é
apenas uma questão de tempo para Aécio ter o palanque do favorito em Minas — o
candidato do PSDB ao governo, Pimenta da Veiga, está quatro pontos atrás do
líder, Fernando Pimentel (PT). No Ceará, a campanha tucana explica que, apesar
do palanque de Eunício Oliveira (PMDB), líder na corrida pelo governo do
estado, ser de Dilma, Aécio tem como cabo eleitoral o candidato ao Senado
disparado nas pesquisas, Tasso Jereissati, que faz parte da mesma chapa de
Eunício.
CAMPOS APOSTA EM
SENADORES
Mesmo argumento é usado
pela campanha de Eduardo Campos, que, embora não tenha o palanque estadual mais
forte nem mesmo no seu estado, Pernambuco, diz que esse quadro pode mudar nas
próximas pesquisas. Em mais de um estado, o presidenciável tem como principal
cabo eleitoral o candidato ao Senado; no Rio, por exemplo, Romário, que é hoje
o favorito. O mesmo acontece em Santa Catarina, onde o candidato ao Senado pelo
PSB, Paulo Bornhausen, lidera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário