Agência de
classificação de risco Standard & Poor's precisa rebaixar a nota do Brasil
mais quatro vezes para que se chegue ao nível de classificação da época do
governo de Fernando Henrique Cardoso, quando a nota máxima obtida foi 'BB-', em
janeiro de 2001, para depois, em julho de 2002, ser rebaixada a 'B+'; para o
economista e professor da Unicamp Pedro Rossi, mídia tradicional dá importância
exagerada ao rebaixamento da nota para agravar a crise política; “No fundo eles
estão avaliando uma coisa específica que é a saúde do país diante do credor. E
o que é bom para o credor não é necessariamente bom para a população ou para a
estratégia a ser seguida pelo país”, afirmou
Helder Lima, da RBA - A
agência de classificação de risco Standard & Poor's precisa rebaixar a nota
do Brasil mais quatro vezes para que se chegue ao nível de classificação da
época do governo de Fernando Henrique Cardoso, quando a nota máxima obtida foi
'BB-', em janeiro de 2001, para depois, em julho de 2002, ser rebaixada a 'B+'.
Enquanto a nota de
risco cai, a taxa de juros aumenta, como mostra a comparação desses dois
períodos sob FHC, quando a Selic era de respectivamente 15,19% e 17,86%.
Segundo a escala da
agência (confira abaixo), o desejado 'grau de investimento', que atrai capitais
para o país, só foi obtido pelo Brasil em 30 de abril de 2008, portanto, no
auge do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Desde então, a
classificação subiu um degrau em 2011, para voltar agora ao nível de 2008.
O economista e
professor da Unicamp Pedro Rossi concorda que a mídia tradicional está dando
uma importância exagerada ao rebaixamento da nota para agravar a crise
política. “A gente não pode negar que isso tem efeitos reais, porque o setor
financeiro e o setor real são coisas coladas, e infelizmente a nossa economia
sofre muito os efeitos da especulação inerente ao setor financeiro, e o
arbítrio que esse setor confere à economia. A expectativa dos agentes
financeiros acaba rebatendo na economia real. Mas o que eu acho que a gente tem
de questionar é a importância desse tipo de nota na tomada de decisões
políticas”, afirma, suspeitando de sua adoção como critério na condução de
políticas econômicas.
A credibilidade da
S&P também não é das melhores. A agência foi acusada de fraude em 2008, ao
classificar o banco Lehman Brothers com grau 'A', ignorando os títulos podres
que levaram o banco a quebrar em 15 de setembro de 2008, detonando a crise
mundial. “É extremamente questionável a atuação dessas agências porque elas são
privadas, financiadas pelo setor privado, elas são alvos de inquéritos em
vários lugares do mundo, elas pagaram multa por manipulação, por fraude, e que
ranquearam os ativos pobres norte-americanos como excelente às vésperas da
crise nos Estados Unidos, então, seus critérios são extremamente questionáveis”,
diz o economista.
E mesmo que houvesse
uma atuação ética da agência, ainda assim sua avaliação seria questionável, na
opinião do economista. “No fundo eles estão avaliando uma coisa específica que
é a saúde do país diante do credor. E o que é bom para o credor não é
necessariamente bom para a população ou para a estratégia a ser seguida pelo
país”.
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