sexta-feira, 28 de novembro de 2014

DENÚNCIA GRAVE:Açude Boqueirão sofre com agrotóxicos, irrigação clandestina e pesca com explosivos

 Denúncia foi feita por pescador que retira sustento do açude; ambientalistas dizem que o grande problema da irrigação predatória é que a prática leva 80% do volume que abastece várias cidades
Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão

Um pescador que pediu para não ser identificado, residente há muitos anos às margens do Açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, de onde também retira seu sustento, denuncia a prática de irrigação ilegal e a utilização de agrotóxicos em plantações de tomate, poluindo as águas que servem para abastecer vários municípios, dentre esses Campina Grande.

Segundo ele, os problemas no açude vêm aumentado a cada dia. “As pessoas acionam bombas de sucção durante a noite, quando não há fiscalização. Basta ver onde é verde nos arredores do açude. Nesses locais, mesmo que durante o dia não pareça, existe irrigação clandestina”, contou o pescador, acrescentando que algumas propriedades cavam “poços de mentira”, como se fossem retirar água de lençóis freáticos, apenas maquiando o roubo dos recursos hídricos do reservatório.

O denunciante também expôs outro quadro grave: a pesca predatória. Ao invés de utilizarem métodos menos invasivos ao ecossistema local, alguns pescadores estão utilizando explosivos para otimizar os trabalhos.

Em entrevista ao jornalista Arquimedes de Castro, apresentador do programa Balanço Geral, da 98 FM Correio de Campina Grande, ambientalistas disseram que o grande problema da irrigação predatória é que esta leva 80% do volume que abastece as cidades. Boqueirão tem atualmente 24% do volume possível, ou cerca de 100 milhões de m³.

As denúncias sobre o açude foram exibidas na RCTV, nesta quinta-feira (27), durante o programa 27 Segundos, apresentado pelo jornalista Hermes de Luna. A entrevistada do dia foi a deputada eleita Estela Bezerra (PSB). Ela classificou a situação como “preocupante” e disse as autoridades devem tomar as providências cabíveis. Ela afirmou que acionaria o presidente da Cagepa, Deusdete Queiroga, e o Poder Executivo Estadual para que intervenções sejam feitas.


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