PhD em Meteorologia
prevê inverno regular no Litoral e Sertão; agricultores acreditam em fim da
seca; Secretaria de Ação Social em Patos presta serviço de saúde e alimentação
para desabrigados
Chuvas em Patos
Àgua inundou ruas
Choveu forte por toda
madrugada desta quarta-feira (19) no município de Patos, no Sertão da Paraíba,
a 305 km de João Pessoa. De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas
(Aesa), no bairro do Morro choveu 203 mm e próximo ao Canal do Frango, 147 mm.
Várias famílias ficaram desabrigadas e tiveram que ser relocadas para abrigos,
outras não quiseram deixar o local com medo de ter suas casas saqueadas.
A dona de casa
Valtirene Maria Medeiros, que reside na Rua Dom Bosco no bairro do Frango,
perdeu móveis e eletrodomésticos em decorrência da chuva. Segundo ela, a água
chegou a subir um pouco mais de 50 cm. “Minha casa virou um lixo. Cinco pessoas
que moram comigo estão desabrigadas”, ressaltou Valtirene.
A Secretária de Ação
Social de Patos, Helena Vanderlei, informou que desde madrugada a Prefeitura
está tomando providências para que os moradores não sofram maiores prejuízos.
“Estamos com equipe de saúde nos locais, iremos servir a alimentação necessária
para os desabrigados e relocar as famílias para locais mais seguros”, disse a
secretária.
Conforme o Corpo de
Bombeiros, a água invadiu cerca de 60 imóveis. “A inundação ocorreu em
residências e prédios públicos. No centro da cidade, uma árvore caiu impedindo
a passagem de veículos. Recebemos cerca de 20 ligações para o Centro Integrado
de Operação (Ciop) informando sobre problemas em decorrência de chuvas”,
comentou o comandante.
Em 12 bairros de Patos
foram registrados alagamentos, de acordo com levantamento feito pelo Corpo de
Bombeiros. Os mais atingidos são Jardim Redenção, Jardim Guanabara,
Maternidade, Santo Antônio, Liberdade, Centro, Baixo Meretrício e Bivar Olinto
onde foi registrado um desabamento.
Apesar dos estragos
provocados, os sertanejos se mantêm otimistas porque as chuvas ocorreram
justamente no dia de São José. A crença milenar de que o Santo vai mandar
chuvas para amenizar o sofrimento provocado pela seca, une milhares de
paraibanos através de orações. Em 16 municípios onde São José é padroeiro, há
missas nesta quarta-feira (19) com programação especial destinada aos pedidos
por chuvas e boa produção agrícola.
Para o meteorologista
Luiz Carlos Molion, a crença dos nordestinos em São José tem uma ponta de
fundamento científico. Ele explicou que neste período do ano, o fenômeno
meteorológico Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) atua, sobretudo na
parte Norte da Região Nordeste, que compreende as regiões do Sertão, Cariri e
Brejo da Paraíba, provocando chuvas.
De acordo com o
meteorologista, este ano a atuação da ZCIT será mais intensa do que nos dois
últimos anos e por conta disso, as chuvas devem ficar até 20% acima da média no
Norte da região Nordeste.
Porém, Molion destacou
que a estiagem deverá se prolongar por pelo menos mais seis anos. Ele disse que
a previsão tem como base as configurações climáticas globais que estão
semelhantes às da década de 50, quando o semiárido brasileiro passou por um período
de 11 anos de seca. Para o meteorologista, as chuvas que caíram até agora na
Paraíba ainda não representam o fim da seca.
A Aesa registrou chuva
em outras cidades do Sertão da Paraíba, mas em menor quantidade. Veja abaixo:
Riacho dos Cavalos, 16
mm
Catolé do Rocha, 18 mm
Jericó, 28 mm
Brejo dos Santos, 24 mm
Mato Grosso, 12,7 mm
Vista Serrana, 58 mm
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