sexta-feira, 21 de março de 2014

Após quase uma década, rio transborda e população faz missa para agradecer a São José

 Igreja principal da cidade ficou lotada de fieis, que esperançoso cantavam e rezaram por um ano de fartura
Missa de agradecimento
Uma cidade quase deserta. Esse foi o cenário descrito pela costureira Antônia de Ana, 55 anos, que estava vendo amigos e parentes abandonarem suas casas devido a seca, que atingiu de forma violenta a cidade de São José de Espinharas, situada na região do Sertão da Paraíba a 327 km de João Pessoa.

Nesta quinta-feira (20), a tristeza deu lugar a alegria: o rio que há quase uma década estava seco, transbordou e a população de pouco mais de 5 mil habitantes fez festa. As chuvas ocorridas nessa quarta-feira, dia 19, conhecido como ‘Dia de São José’, foram suficientes para encher o ‘Rio Espinharas’. Na cidade de Patos, chuvas de pouco mais de três horas deixaram mais de 100 famílias desabrigadas.
 
“A notícia se espalhou que foi motivo de festa na cidade. A chuva foi tão forte que derrubou árvores e ruas ficaram alagadas. Há muito tempo a gente não via uma coisa divina dessa. Estava uma seca maior do mundo. Era de dar dó pela situação da cidade”, narra a costureira.

Para agradecer ao santo, uma missa foi celebrada e contou com a participação de cerca de 300 pessoas. A igreja principal da cidade ficou lotada de fieis, que esperançoso cantavam e rezaram por um ano de fartura. Era o momento de pensar em dias melhores para o homem do campo.

“As pessoas mandaram rezar uma missa na cidade para agradecer a São José pelas chuvas. A igreja ficou lotada de gente. Se Deus quiser, dias melhores estão por vir. Seca nunca mais!”, falou o estudante Danylo Medeiros.

O município, que vive predominantemente da agricultura, teve uma perda de quase 100% na lavoura e pecuária. Placas de vendas nos imóveis viraram moda. A cidade está na lista das que decretaram situação de emergência. “O povo estava tudo indo embora para Rio de Janeiro e São Paulo. Aqui estava ficando um deserto. Placas de vendas nas casas tinham muitas, tudo isso por causa da seca”, disse dona Antônia, como é conhecida.

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