Corpo do escritor e
dramaturgo está sendo velado no Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo
do Estado de Pernambuco e, desde às 23h de ontem, aberto ao público
Ariano, em 2011,
durante evento da ALPB, no Hotel Tambaú, em João Pessoa
O governador Ricardo
Coutinho, participa do velório e sepultamento do corpo do escritor paraibano,
nesta quinta-feira, em Recife,(PE). Ele cancelou as agendas administrativa e de
campanha marcadas para esta quinta-feira (24). O ato acontece no Palácio Campo
das Princesas, sede do governo pernambucano.
O escritor e dramaturgo
paraibano morreu, às 17h15 desta quarta, aos 87 anos. Ele estava internado no
Real Hospital Português.
O corpo do escritor e
dramaturgo está sendo velado no Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo
do Estado de Pernambuco e, desde às 23h desta quarta, aberto ao público. O
enterro será nesta quinta-feira (24) às 16h, no cemitério Morada da Paz, em
Paulista, no Grande Recife.
Ariano estava em coma,
respirando com a ajuda de aparelhos, internado na UTI neurológica do Real
Hospital Português, na área central do Recife, desde a noite dessa
segunda-feira (21), quando havia sido submetido à cirurgia após sofrer Acidente
Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. O quadro clínico do escritor sofreu uma
piora na noite dessa terça de acordo com boletim médico divulgado às 20h.
Na década de 70, o
escritor foi secretário de Educação e Cultura do Recife. Mais recentemente, na
gestão de Eduardo Campos, foi secretário da Cultura e secretário da Assessoria
Especial do Governo de Pernambuco.
O procedimento após o
AVC foi o segundo de Ariano em menos de um ano. O escritor já havia sofrido um
infarto agudo do miocárdio no dia 21 de agosto de 2013, sendo submetido a um
cateterismo na Unidade Coronária do RHP. O escritor passou seis dias internado
e teve alta para continuar um tratamento domiciliar. No entanto, ele voltou ao
hospital dois dias depois, quando passou por uma arteriografia, devido a um
aneurisma cerebral.
A última entrevista a
TV paraibana foi no programa Imprensados, da RCTV. Ariano foi entrevistado em
sua residência, em Recife. Na última sexta-feira (18), Ariano Suassuna
apresentou uma aula-espetáculo no Teatro Luiz Souto Dourado, em Garanhuns, Agreste
pernambucano, integrando a programação do Festival de Inverno daquela cidade.
Ricardo Coutinho
comparou Ariano a Augusto dos Anjos e lembrou que, quando de sua gestão como
prefeito de João Pessoa, Ariano foi homenageado com um monumento na Lagoa do
Parque Solon de Lucena, com um totem de Miguel dos Santos, que faz referência á
obra do dramaturgo.
Nesta quinta-feira, o
Governo do Estado da Paraíba divulgou nota de pesar. Por todo o país, várias
autoridades fizeram o mesmo. Confira na íntegra a nota do governo:
"Nota de Pesar
O Governo da Paraíba
lamenta, nesta quarta-feira (23), o falecimento de um dos maiores vultos da
literatura e da cultura popular brasileira, o paraibano Ariano Suassuna.
Um homem que encantou,
ao longo de tantas décadas, corações dos mais diversos retratando na obra e na
vida as maiores riquezas, contradições e genialidades da expressão popular
nordestina. Que fez da sua existência um combate interminável contra a inércia criativa
e omissão social. E que ensinou o nordestino a ter orgulho das próprias
limitações ao provar que as impossibilidades são os melhores impulsos para o
seguir em frente.
Ariano Suassuna, assim
como tantos notáveis escritores de nossa terra, a exemplo de Augusto dos Anjos
e José Américo de Almeida, soube polir o orgulho da Paraíba em tons armoriais.
Enquanto prefeito da Capital paraibana, tivemos a oportunidade de homenageá-lo
em vida, erguendo no Parque Solon de Lucena monumento, de autoria do pernambucano
Miguel dos Santos, denominado a Pedra do Reino, em referência a uma das mais
distintas obras deste combatente guerreiro.
Hoje, como governador,
lamentamos o dever institucional de assinar decreto instituindo três dias de
luto oficial em razão de seu falecimento. Ariano, que por tantos anos nos fez
rir, nos obriga a chorar o último capítulo de sua premiada trajetória. Mas não
nos impede, ao mesmo tempo, de reverenciar o brilhantismo de sua existência, já
que, segundo o próprio, “O homem nasceu para a imortalidade. A morte foi um
acidente de percurso”.
Agora, mais do que
nunca, temos a convicção, parodiando o que ele mesmo dizia, de que existem
apenas dois tipos de pessoas neste mundo: as que reconhecem a sua genialidade e
as que estão erradas.
Em nome de toda a
equipe do Governo e de toda a Paraíba, manifestamos o mais profundo sentimento
de pesar e solidariedade, pela perda irreparável do nosso Dom Quixote das
Caatingas, mestre Ariano Suassuna, cuja passagem espiritual deixa triste nossa
alma, embora infle a atenuante vela da história.
Que Deus lhe dê abrigo
e nos traga conforto.
Nossos mais sinceros sentimentos".
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