País desbanca pela
primeira vez os EUA
O Brasil está na
liderança do ranking em cirurgias plásticas, conforme apontaram os números de
2013 divulgados nesta terça-feira pela Sociedade Internacional de Cirurgia
Plástica Estética (ISAPS, na sigla em inglês), que reuniu 2,7 mil membros em 95
países. Pela primeira vez, o país bateu os Estados Unidos com 1.491.721 contra
1.452.356. Em todo o mundo, foram mais de 23 milhões de intervenções.
O cirurgião plástico
Eduardo Sucupira, membro titular da ISAPS e da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica, apontou alguns fatores que explicariam esse resultado.
- Nós vivemos em um
país que é tropical, mas isso não mudou, claro. É um fator presente ao longo do
tempo. A exposição corporal aqui é maior - afirma.
Sucupira complementa
que o brasileiro percebe o bem estar corporal como parte da qualidade de vida.
- Em um ambiente que
clama por isso, onde ele se expõe mais, há uma vaidade. Essa vaidade acaba se
encontrando com a possibilidade de ter isso bem realizado - relata, ao dizer
também que os brasileiros confiam nos cirurgiões plásticos nacionais.
Em setembro deste ano,
a ISAPS se prepara para seu 22º Congresso, que será realizado no Rio de Janeiro,
o que, para o cirurgião, é uma demonstração de que há um aumento da atuação do
Brasil da área em âmbito mundial.
Outro motivo possível
de o Brasil estar em 1º seria a melhora do poder aquisitivo da população ao
longo dos anos, segundo o médico.
- As intervenções
também estão mais acessíveis pela maior quantidade de cirurgiões qualificados
hoje em dia - reflete.
Com um total de 227.896
procedimentos, a lipoaspiração se estabelece como a mais solicitada. Para
Sucupira, isso se dá pelo fato de que a queixa de gordura localizada é comum a
qualquer faixa etária, gênero ou raça, podendo “acontecer com qualquer um”.
Em segundo lugar das
mais pedidas, aparece a colocação de próteses mamárias com 226.090. Sucupira
lembra alguns estudos publicados que determinam um grande progresso na
autoestima dos pacientes que se submetem à cirurgia de aumento mamário. Além
disso, o cirurgião afirma que a procura pode ser maior também por ter um custo
mais baixo que as demais e por necessitar de menos tempo de repouso para a recuperação
– cerca de 15 dias.
Possivelmente
confirmando o senso comum de que as mulheres se preocupam mais com a aparência
do que os homens, os números mostraram que elas são responsáveis por 87,2% das
cirurgias realizadas contra 12,8% feitas por eles.
- A gente vive em um
país latino que é mais machista por natureza. É uma questão cultural. Se exige
mais das mulheres. Elas se cobram mais e são mais cobradas - opina o médico,
que diz, no entanto, ver que essas barreiras estão sendo vencidas, uma vez que
há um número considerável de homens procurando os procedimentos.
Já quanto aos
procedimentos estéticos, o principal é a aplicação da toxina botulínica. O
Brasil fica em 2º lugar no mundo (308.185), atrás somente dos EUA. De acordo
com o cirurgião, isso se dá pela possibilidade de num curto espaço de tempo
oferecer melhoras que eventualmente no passado nós não tínhamos.
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