Segundo a direção da
unidade, as demissões são exigências do Tribunal de Contas do Estado, que pede
a realização de concurso público
Hospital de Trauma de
Campina Grande
Um funcionário do
Hospital de Emergência e Trauma em Campina Grande ligou para o Portal Correio,
nesta terça-feira (3), para denunciar a existência de supostas listas com cerca
de 200 nomes de funcionários comissionados a serem demitidos na unidade.
Segundo a direção da unidade, os números não são confirmados, mas há demissões
para que sejam cumpridas exigências do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB),
que pede a realização de concurso público.
De acordo com a
denúncia de uma pessoa que não quis ser identificada, as demissões no Trauma
teriam começado na última semana, quando uma lista com nomes de funcionários
teria circulado nas mãos de diretores.
“Essa lista foi vista
por funcionários e nela havia o nome de diversos comissionados. Todo ano é
assim. As ligações começam e o pessoal recebe o aviso que não é mais
funcionário do Trauma quando ainda está trabalhando no plantão. Foram
maqueiros, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais mandados embora.
Até agora, foram cerca de 200 pessoas que perderam o emprego”, disse o
denunciante.
Além das demissões, o
denunciante também relatou que a área vascular do hospital, inaugurada há pouco
tempo, foi fechada e a observação pediátrica também estaria para ser fechada em
dezembro.
A denúncia fala ainda
que diversos setores do Trauma ficaram sem água durante a segunda-feira (2) até
a manhã desta terça-feira, causando prejuízos para funcionários e pacientes.
“Os funcionários estão
pressionados para trabalhar mais e mais. Com as demissões, os efetivos vão
sofrer desgaste excessivo, pois vão fazer a sua função e dar de conta do que
outras pessoas estavam fazendo. A população corre o risco de sofrer ainda mais,
pois a demanda é grande e não vai haver mais profissionais para atendê-la”,
concluiu o denunciante.
Direção confirma
demissões, mas justifica
De acordo com o diretor
do Trauma em Campina Grande, Geraldo Medeiros, as demissões estão ocorrendo
para atender uma determinação do TCE-PB e a realização de um futuro concurso
público.
“As demissões que
ocorrem são normais para um hospital que tem 2 mil funcionários. Temos um média
mensal de substituições e essas demissões são de funcionários codificados, que
estão sendo demitidos progressivamente. Isso é uma exigência do Tribunal de
Contas para que o Estado demita esse pessoal e realize concurso público”,
contou o diretor.
Com relação aos setores
fechados, o diretor informou que os pacientes da área vascular foram
transferidos para outro ambiente, onde houve o aumento de leitos. “Os pacientes
vasculares estão na área laranja, que tem 11 leitos e é um local
semi-intensivo, que criamos para acomodá-los melhor. Nenhuma outra área está
sendo fechada”, disse.
Sobre a restrição de
água em setores da unidade, o diretor do Trauma disse que a medida é necessária
pelo momento hídrico da região de Campina Grande.
“Estamos tomando essa
medida [restrição de água em alguns setores do hospital] da mesma forma como
outras repartições públicas no sentido de diminuir o consumo de água, visto o
momento que nossa região está passando”, disse Geraldo Medeiros.
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