Cunha diz que dinheiro
no exterior é de venda de carne
SÃO PAULO. Ao negar
relação ilícitas com qualquer empresário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva disse nesta quinta-feira que não teme ser preso. O petista ainda declarou
que, no período em que governou o país, nunca foi avisado que havia corruptos
na Petrobras.
— Não temo ser preso
porque eu duvido que tenha alguém neste país, do pior inimigo meu ao melhor
amigo meu, qualquer empresário pequeno ou grande, que diga que um dia teve
conversa ilícita comigo — disse o ex-presidente, em entrevista ao “SBT Brasil”.
Lula ainda acrescentou
que tem a “consciência tranquila” e que as acusações contra ele e pessoas
próximas são um “problema político”. Criticou também as informações divulgadas
sobre as investigações.
— Todas as
instituições, que são fortes e poderosas, têm que ter muita responsabilidade. É
preciso cuidar para não criar uma imagem negativa de uma pessoa. Estamos
vivendo a república da suspeição. Eu não preciso de prova.
Ao ser indagado, se assim
como havia declarado na época do escândalo do mensalão (em 2005), também não
sabia do escândalo de corrupção na Petrobras, Lula respondeu:
— Eu não fui alertado
pela gloriosa imprensa brasileira, não fui alertado pela Polícia Federal, não
fui alertado pela Receita Federal ou pelo Ministério Público. Sou o presidente
que mais visitou a Petrobras. Nunca ninguém me disse que tinha algum corrupto.
Essa coisa você só descobre quando a quadrilha cai ou quando alguém denuncia.
Quantas coisas acontecem dentro da sua casa com seus filhos que você não sabe?
— questionou o ex-presidente.
Ao ser questionado se o
pecuarista José Carlos Bumlai, possa ter utilizado o seu nome para facilitar
negócios, Lula respondeu:
— Se ele teve situação
indevida, vai ficar provado.
O petista também se
queixou das informações que circulam na internet sobre o enriquecimento de seu
filho Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha.
— Na internet ele tem
avião, ele tem a Torre Eiffel, ele tem a Casa Branca, tem todos os bois da
Friboi.
Também criticou os
delatores da Operação Lava-Jato.
— Nem tudo que o
delator fala tem veracidade. É preciso que a gente não dê voto de confiança a
um bandido e um voto de desconfiança a um inocente.
Lula ainda foi
perguntado sobre os ataques do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB),
que o acusou de apelar ao “toma lá, dá cá” quando estava no poder.
— O Fernando Henrique
Cardoso toda vez que ele tiver que falar de corrupção ele tem que lembrar da
(aprovação da emenda da) reeleição de 1997.
Para o ex-presidente
petista, Fernando Henrique tem um “problema de soberba”.
— O Fernando Henrique
sofre com meu sucesso.
Lula também disse que
se estivesse no governo seguiria um caminho diferente do escolhido pela
presidente Dilma Rousseff, que optou pela criação de imposto, com a volta da
CPMF, para tirar o país da crise.
— Eu faria crédito.
Na entrevista, Lula
também disse que se estivesse no governo seguiria um caminho diferente do
escolhido pela presidente Dilma Rousseff, que optou pela criação de imposto,
com a volta da CPMF, para tirar o país da crise.
— Eu faria crédito,
primeiro na cadeira produtiva, com as grandes empresas sendo avalistas das
pequenas da cadeia dela. Eu aumentaria o crédito consignado da industria
privada. Abriria crédito para governadores e prefeitos que têm capacidade de
endividamento —disse o ex-presidente.
Para o petista, o
governo de Dilma errou ao exagerar na desoneração de setores da economia.
— Talvez o governo
tenha descoberto que já desonerou tanto, quando já tinha passado do limite. Não
deveria fazer tanta desonerações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário