Pedidos estão com o
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, há mais de uma semana;
ex-presidente da República teria que usar tornozeleira eletrônica
Romero, Sarney e Renan
Calheiros
O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do
presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL); do ex-presidente da
República, José Sarney; e do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Eles estariam
tentando barrar a operação Lava Jato, por meio de uma série de manobras
políticas, dentro e fora do Congresso Nacional.
Também foi pedida a
prisão do presidente afastado da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O
principal argumento é de que Cunha, mesmo afastado do cargo e com o mandato
suspenso pelo STF, manobra nos bastidores para impedir seu julgamento pelo
Conselho de Ética e também age no sentido de atrapalhar as investigações da
Lava jato.
Os pedidos estão com o
ministro Teori Zavascki, do STF, há mais de uma semana, segundo reportagem do
jornal O Globo, desta terça-feira (7). Para Sarney, a prisão seria domiciliar e
se o pedido foi aceito ele terá que usar tornozeleira eletrônica.
Janot também solicitou
o afastamento de Renan da presidência do Senado, usando os mesmos argumentos
empregados na destituição de Eduardo Cunha (PMDB) da presidência da Câmara e do
mandato de deputado.
A Segunda Turma do STF
é quem decidirá o pedido do procurador. As informações nos bastidores são de
que, como fez no caso de Delcídio, o ministro Teori submeterá o pedido da PGR
ao colegiado, que se reúne na tarde desta terça, a partir das 14h30.
A PGR se baseou nas
conversas gravadas por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro e delator da
Lava Jato, em que os caciques do PMDB fazem comentários sobre a Lava Jato.
Jucá, por exemplo, tratou da saída da presidente Dilma Rousseff como formar de
“estancar a sangria” da operação.
Renan, por sua vez,
defendeu mudanças na lei das delações premidas – o que já era sua posição pública.
Segundo ele, uma simples opinião não pode ser criminalizada. Sarney sugeria
caminhos para construir pontes entre Sergio Machado e o ministro Teori
Zavascki, que passariam pelo ex-ministro do STJ César Asfor Rocha.
Para os procuradores,
os áudios são muito mais graves do que as provas que levaram o ex-deputado
Delcídio do Amaral à prisão, em novembro.
Em acordo de delação
premiada Machado disse que distribuiu R$ 70 milhões em propina para políticos
do PMDB durante os 12 anos que esteve na Transpetro. Os políticos alegam que
não receberam recursos de Machado.
Comenta-se que Machado
e seus familiares devolverão mais de R$ 1 bilhão em seus acordos de delação
premiada.
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