Ambientalista e
integrante da Associação Paraibana dos Amigos da Natureza, Paula Francinete,
diz que a mudança causou revolta; deputado defende regulamentação
Vaquejada vira esporte
na Paraíba
Entrou em vigor nesta
sexta-feira (23) a lei estadual nº 10.428 que regulamenta a prática da
vaquejada na Paraíba como esporte. De autoria do deputado estadual Doda de Tião
(PTB), a lei autoriza a realização de campeonatos e torneios oficiais em todo
estado.
A regulamentação causou
polêmica e entidades de proteção aos animais e à natureza se manifestaram
contra a nova lei. Para a ambientalista e integrante da Associação Paraibana
dos Amigos da Natureza, Paula Francinete, a mudança causou revolta entre
ativistas. “Acho que nos não temos de usar o sofrimento do animal para a
alegria do homem”, avaliou durante entrevista ao programa Correio Debate, da
Correio Sat.
Já o presidente da
Federação de Vaquejada da Paraíba, Arthur Freire, comemorou a entrada em vigor
da lei. Segundo ele, existe um regulamento que proteja os animais de
maus-tratos nas competições.
“Nós temos regulamento.
É proibido, por exemplo, a utilização qualquer tipo de objeto pontiagudo que
veja a perfurar o boi. Tem também a quantidade de terra mínima que deve ser
usada para proteger o animal”, explicou.
Para ele, a falta de
conhecimento sobre as atividades das vaquejadas é que causam as polêmicas. “Os
bois e cavalos são tratados hoje como animais muito especiais. Têm comida boa,
recebem muita vitamina. Eles são muito bem alimentados e preparados para a
vaquejada. A gente entende isso como falta de conhecimento. A maioria não tem
nenhum conhecimento do que é uma vaquejada”, analisou.
O deputado Doda de
Tião, autor da lei, divulgou nota defendendo a regulamentação da vaquejada.
Segundo ele, a prática faz parte da cultura nordestina. “A vaquejada, antes de
tudo, é uma atividade cultural, cultura essa arraigada no sangue e nas famílias
dos nordestinos, dos sertanejos. Cultura que remonta aos antigos vaqueiros que
buscavam o gado no campo. Com o passar do tempo, foi sendo profissionalizada e
organizada”, avaliou.
Ainda na nota, ele
ressalta que a vaquejada movimenta a economia e emprega profissionais da área.
“Hoje é uma atividade
que emprega milhares de cidadãos em todo o país, movimenta semanalmente milhões
e milhões de reais através dos diversos eventos que ocorrem tantos no estado,
como no resto do país, com ênfase para o Nordeste. A atividade emprega pessoal
nas fazendas, nos haras, veterinários, motoristas, vaqueiros, movimentando
bandas de musicas, vendedores autônomos das diversas áreas. Diante da vaquejada
estar inserida na cultura nordestina, bem como pela movimentação financeira com
emprego e renda a que a envolve, encaminhamos esse projeto de lei que nos
honrou com a aprovação por parte dos meus colegas deputados paraibanos que
votaram no nosso projeto”, defendeu.
A regulamentação na
Paraíba ganhou destaque nacional com ativistas conhecidos repercutindo o caso,
como a ex-apresentadora, Luísa Mell, que luta pelas causas dos animais. Em seu
perfil no Facebook, considerou a vaquejada como um esporte cruel e criticou o
deputado Doda de Tião pela criação da lei.
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