I
Quem ver essa linda
faixada
Não sabe o que aqui
dentro aconteceu.
Dizem que no passado
triste da História
O negro aqui sofreu.
II
Fazia ele tudo o que o
branco mandava
Mesmo assim alguém já
esqueceu.
Não tinha o direito de
dizer “não”
O que disse com certeza
morreu.
III
Nos dias atuais ainda
existem reflexos
De quem de tudo isso se
favoreceu.
Eu vejo com muita
tristeza,
Pois aquilo que não
quero para mim, não quero para o seu.
IV
Nesse quartinho
apertado
O negro-escravo muito
sangue perdeu.
Alguns acham tudo isso
correto.
Mas aquilo que não
quero para os outros não quero para o meu.
V
Fico a imaginar a dor
E os gritos que cada
negro sofrendo deu.
Mesmo trabalhando sem
descanso
E esse trabalho só o
branco enriqueceu.
VI
O sofrimento foi cruel
No corpo e na alma
doeu.
No casarão o branco só
disfrutava
E o negro com tudo isso
muitas vezes adoeceu.
VII
Com trabalho e muito
sofrimento
O negro aqui nesse
local padeceu.
O branco dando risadas
e bebendo
Com certeza a taça da
maldade ele ergueu.
VIII
Aqui o negro fazia suas
necessidades fisiológicas.
Imagino como tudo isso
fedeu.
O branco não limpava a
sujeira.
Dizem que o negro
passou a língua e lambeu.
IX
Com o trabalho e o
sofrimento do negro
O branco na vida só cresceu.
Enquanto o branco subiu
até as nuvens
O negro ao fundo da
terra desceu.
X
Fico a imaginar em
silêncio
Quantas vezes esse
local o negro varreu.
Com o branco batendo em
suas costas
Quantas vezes o sangue
escorreu.
XI
O branco foi sempre o
vencedor
E o negro foi quem
sempre perdeu.
Aqui o negro ficou
sempre preso,
Mas foi aqui que o
branco sempre correu.
XII
A vida do negro a
tortura e ao sofrimento
Foi o branco que
submeteu.
O negro foi quem sempre
apanhou
E foi o branco quem
sempre bateu.
XIII
A escravidão do negro
foi pura maldade
E tudo isso a nossa
História ofendeu.
Com o passar dos tempos
Foi a Princesa Isabel
que o negro recorreu.
XIV
Com a “canetada” da
Princesa Isabel
Uma luz para o negro
apareceu.
O branco passou a ter
um pouco de respeito
E um pouco do
sofrimento do negro desapareceu.
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Autor: José de Arimateia Bezerra de Lima.
São João do Cariri, em 12 de Agosto de 2019.
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