Problema foi confirmado
pela Saúde de Serra Branca, que registrou dois casos de pessoas que passaram
mal e foram socorridas as pressas para hospitais da região após ingerir a
mistura líquida
Aedes aegypti, mosquito
transmissor de doenças
Moradores dos
municípios de Monteiro e Serra Branca, ambos no Agreste paraibano, a 302 km e
243 km de João Pessoa, estão correndo risco de ficar com sequelas graves de
saúde por estarem ingerindo querosene com água para tratar sintomas de dengue,
zika e chikungunya. O problema foi confirmado pela Saúde de Serra Branca, que
registrou dois casos de pessoas que passaram mal e foram socorridas as pressas
para hospitais da região após ingerir a mistura líquida.
De acordo com o
secretário de Saúde de Serra Branca, Marcelo Jackson, as pessoas que ingeriram
água e querosene relataram que foram orientadas por conhecidos e que a mistura
amenizaria as dores nas articulações causadas pelas doenças.
“Em Serra Branca
tivemos dois casos. Os pacientes beberam um copo de água com três gotas de
querosene. Eles relataram que a indicação da bebida foi feita por outras
pessoas e que a mistura iria amenizar dor articular. Só que o querosene é
derivado de petróleo e isso causa danos imensos ao organismo. O querosene,
mesmo que em pequenas partes, não deve ser ingerido”, contou o secretário.
Segundo Marcelo
Jackson, a ingestão do querosene é tida como um auto-envenenamento, já que a
pessoas que utiliza o liquido tem a consciência de que o querosene vai causar
danos ao organismo.
“O querosene não é um
medicamento, é um combustível. O risco para a pessoa que ingere essa substância
é de intoxicação, danos ao esôfago, estômago, ao sistema nervoso e problemas
cardíacos. Tomar o querosene para tratar doença é um erro e não pode
acontecer”, afirmou o secretário.
Ainda segundo Marcelo
Jackson, a situação mais grave aconteceu no município de Monteiro, onde
diversas pessoas teriam passado mal ao ingerir a mistura de água e querosene.
Em contato com o Portal
Correio, a secretária de Saúde de Monteiro, Ana Lorena, disse que não soube de
nenhum caso de pessoas que tenham ingerido a mistura no município, mas que vai
apurar as informações, mas ressaltou que a prefeitura realizou campanha para
evitar a automedicação em casos suspeitos de dengue, zika, ou chikungunya.
“Até então não tenho
conhecimento de pessoas que tomaram essa mistura em Monteiro. Iremos investigar
a situação. Nos últimos dias promovemos campanhas até para evitar a
automedicação”, disse a secretária.
Principal hospital da
região, o Trauma de Campina Grande não havia registrado, até o fechamento desta
matéria, atendimentos de pessoas relacionados a ingestão de querosene com água
para aliviar sintomas de dengue, zika ou chikungunya.
Segundo a Secretaria de
Saúde da Paraíba, entre os dias 1º de janeiro e 9 de março deste ano, o Estado
registrou dois óbitos de casos suspeitos de Chikungunya, ambos em investigação.